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SIDA afeta maior parte dos reclusos na cadeia da Zambézia

Marcelino Mueia (Quelimane)11 de dezembro de 2014

Autoridades governamentais da província da Zambézia, centro de Moçambique, mostram-se preocupadas com o elevado índice de casos de SIDA entre os reclusos. ONG local pede investigação para apurar o porquê deste aumento.

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Foto: Marcelino Mueia

Técnicos de saúde e funcionários da justiça mantiveram recentemente contacto direto com reclusos e responsáveis da Penitenciária Provincial da Zambézia para conjuntamente tentarem encontrar uma saída para travar novas infecções pelo vírus da SIDA.

Segundo números avançados por Jordão Mangue, diretor da cadeia da Zambézia, entre os 507 reclusos, maioritariamente do sexo masculino, que se encontram encarcerados na cadeia provincial da Zambézia foram recentemente diagnosticados 107 novos casos com SIDA, além dos anteriores 117 que estão há mais de um ano em tratamento antiretroviral na cadeia.

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Jordão Mangue, diretor da Penitenciária Provincial da ZambéziaFoto: Marcelino Mueia

“Muitos deles já entraram contaminados”, disse à DW África o responsável pelo estabelecimento prisional, explicando que é efetuado um rastreio sempre que chegam à penitenciária novos reclusos.

Por isso, “procurámos saber junto dos nossos parceiros na área da saúde o que teria acontecido”, acrescentou.

Também outros 222 reclusos e guardas prisionais mostram sintomas de tuberculose aguda, a que se presume estar associada aquela doença.

Investigação minuciosa

A Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Família (AMODEFA), uma organização local de luta contra a SIDA, defende que deve haver uma investigação minuciosa para se apurar o porquê deste aumento de reclusos infetados.

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Angelina Saide, coordenadora da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da FamíliaFoto: Marcelino Mueia

“Dizer que essas pessoas trazem o HIV de casa não tem justificação”, afirma a coordenadora da AMODEFA, Catarina Saide. “Essas pessoas quando entram na penitenciária não são testadas”, diz.

A coordenadora da AMODEFA fala também numa “ameaça à sociedade”. “Disseminar o HIV na cadeia não significa enterrar o mal na cadeia porque o vírus vai prosperar” e espalhar-se entre a população quando os reclusos voltarem à vida em liberdade, justifica.

O diretor provincial da Justiça, Délio Marques, afirma que o sector que dirige está preocupado com o aumento do número de casos de reclusos com SIDA na penitenciária da Zambézia. E pede mais apoio aos parceiros na redução dos índices de contaminação.

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