Sem verba, Cabo Verde corre risco de ter mau desempenho no CAN

A seleção de futebol conhecida como "Tubarões Azuis" ainda não conseguiu nem 30% do dinheiro necessário para participar no Campeonato Africano das Nações, que começa em 19.01. Presidente do país pede ajuda a empresários.

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A seleção nacional cabo-verdiana conseguiu apenas cerca de 20% da verba necessária para garantir bom desempenho no CAN 2013Foto: DW/Daniel Almeida

Para poder assegurar um bom desempenho da seleção de Cabo Verde, com treinos, equipamentos e – que vai participar do Cameonato Africano das Nações (CAN 2013) na África do Sul a partir de 19.01 – o presidente do país, Jorge Carlos Fonseca, lançou um apelo aos empresários nacionais.

Até agora, cinco dias antes do início da competição continental, a seleção cabo-verdiana de futebol conseguiu apenas cerca de 20% do montante de 671 mil euros, orçamentado para participar na prova. A falta de dinheiro também levou a uma campanha de financiamento junto à população do arquipélago ocidental africano.

"A participação no CAN não deve ser encarada apenas como um 'dossiê' somente da Federação Cabo-Verdiana de Futebol", disse Mário Semedo, presidente daquela entidade. "É um dossiê do Estado de Cabo Verde, é uma representação do Estado de Cabo Verde ao mais alto nível do desporto africano. Vamos representar o nosso país. As instituições do Estado têm ainda obrigações acrescidas. Por isso, penso que é mais que uma obrigação participarem também desta campanha", apelou Semedo.

A classificação inédita de Cabo Verde ganhou destaque mundial, incluindo a imprensa alemã, que definiu a qualificação como "sucesso do século".

Depois deste grito de socorro, o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, reuniu-se na segunda-feira (14.01) com dezenas de empresários para tentar angariar mais apoio.

Empresas abraçam causa do futebol de Cabo Verde

Mário Semedo, presidente da Federação Cabo-Verdiana de Futebol: pedido de socorroFoto: DW/Nélio dos Santos

As companhias nacionais – e estrangeiras, mas que trabalham no território cabo-verdiano –, responderam positivamente ao apelo de Jorge Carlos Fonseca. Como o empresário Braz de Andrade: "Neste momento, estamos no mar, temos de nadar", afirmou, em entrevista à DW África.

Manuel Inocêncio Sousa, presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Telecom, sintetizou o espírito da reunião com o presidente da República: "Muitas das empresas aqui presentes confirmaram contribuições que já tinham anunciado junto de Mário Semedo. Houve mais manifestações de disponibilidade para contribuir e para reforçar o financiamento da operação. No concreto, várias empresas aqui já anunciaram os montantes, outros simplesmente a sua disponibilidade para colaborar, o que vão fazer imediatamente", acredita.

A resposta das empresas agradou o Presidente Jorge Carlos Fonseca, embora seja ainda cedo para avaliar a dimensão quantitativa dos apoios prometidos à selecção nacional de futebol.

"Creio que foi uma iniciativa que vai trazer muitos resultados", disse Fonseca, também em entrevista à DW África. Jorge Carlos Fonseca não quis comentar a exiguidade da contribuição do Governo para a participação de Verde no CAN 2013, mas mesmo assim mandou um recado. "O fundamental é que se disponibilizem recursos de forma que a seleção tenha uma presença digna e que dignifiquem o país, porque a imagem que a seleção irá transmitir na África do Sul também será uma imagem de todo o Cabo Verde. Então, terá de ser uma presença digna e adequada", explicou.