Segurança permite regresso de médicos a Cabo Delgado
29 de março de 2022O delegado da Ordem dos Médicos moçambicana em Cabo Delgado, Mussa Ali, anunciou esta segunda-feira (28.03) o regresso de profissionais de saúde a distritos antes ocupados por grupos armados.
"Neste momento, em Palma, há médicos: temos cirurgião, médico de clínica geral e assim é também em Mocímboa da Praia e Macomia. Temos pessoal em prontidão e também temos médicos militares, no terreno", referiu.
Mussa Ali falava em Pemba, capital provincial, durante a saudação ao governador de Cabo Delgado alusiva ao dia 28 de março, Dia do Médico Moçambicano.
O regresso de pessoal de saúde surge na sequência do "aumento da segurança" naqueles distritos.
Governador alerta para aliciamento
O governador Valige Tauabo saudou a medida e deixou um alerta: que os jovens médicos não se deixem aliciar pelos grupos insurgentes.
"O nosso médico jovem tem esta responsabilidade de servir a população e não servir o terrorismo", referiu numa alusão a promessas com que os rebeldes aliciam populações, pelas quais o profissional de saúde "não se pode alinhar".
O conflito na província de Cabo Delgado já fez cerca de 4 mil mortes desde 2017, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e obrigou 784 mil pessoas a abandonar as suas casas, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM).
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia a presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.