Samora Machel Júnior: "Conseguiremos resolver os problemas"
4 de dezembro de 2018"O povo moçambicano é um povo batalhador, cheio de força e que quer vencer." É com esta convicção que Samora Machel Júnior reage à crise provocada pelo encobrimento de dívidas contraídas pelo Governo sem o aval do Parlamento e aos ataques atribuídos a grupos extremistas islâmicos, que ameaçam a estabilidade no norte de Moçambique.
"Acredito que, nos próximos tempos, conseguiremos resolver esses problemas e olhar com muita esperança para o nosso futuro", diz numa entrevista exclusiva à DW África.
Também em nome da paz e da estabilidade, o filho de Samora Machel, primeiro Presidente da República de Moçambique, realça o empenho de Filipe Nyusi no âmbito das negociações com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição.
"Temos visto um grande esforço do nosso Presidente, Filipe Jacinto Nyusi, em querer trazer a paz efetiva. Ele tem dado muitos passos nesse sentido e o povo está a apoiá-lo, porque é necessário termos paz, é preciso que o país tenha estabilidade, para que possamos crescer. Sem estabilidade, sem paz, não podemos fazer o que nós sonhamos, que é trabalhar pelo país e desenvolver o país."
É preciso diversificar
No entanto, o militante da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), membro do Comité Central, é crítico em relação à exploração dos recursos naturais. "Samito" considera que tais recursos não podem ser vistos unicamente como "bênção".
"Não sei se nós devemos olhar simplesmente para esses recursos, o gás e o petróleo, como a solução dos nossos problemas económicos e sociais", afirma.
É que o país tem muitas outras potencialidades a desenvolver, que podem ajudar a diversificar a economia: "Porque nós precisamos de comer, nós temos terra arável. Nós precisamos de indústrias. Essas indústrias não podem estar dependentes só do gás e petróleo. Eu acredito que nós temos que ser capazes de diversificar as áreas de intervenção no país."
Samora Machel Júnior diz que os moçambicanos estão cientes de que ainda há muito trabalho pela frente para transformar e desenvolver Moçambique.