Incógnita sobre continuação de Samakuva como líder da UNITA
14 de dezembro de 2017Isaías Samakuva que já concorreu a 4 mandatos e venceu todos eles, manifestou, na reunião do Comité Permante da UNITA, logo após as eleições gerais de 23 de agosto, que abandonaria a liderança do partido. Dai a convocação da cúpula dirigente para analisar e se pronunciar sobre a eventual renúncia de Samakuva ao cargo de presidente da UNITA e, posteriormente, a marcação de uma data para realização de um congresso extraordinário para a escolha do seu sucessor.
Esta quinta-feira (14.12.) ao tomar a palavra, antes do início dos trabalhos da terceira reunião da CP, Samakuva não fez qualquer referência à intenção de se retirar da liderança da UNITA, preferindo responder, entre outras coisas, para os que dizem que as ações do atual Presidente da República, João Lourenço, tem deixado a oposição sem discurso, uma afirmação que desmentiu.Fontes do partido do Galo Negro, disseram à DW África que Isaías Samakuva já tera sido demovido da ideia de abandonar a liderança da UNITA, por um grupo de militantes, onde pontificam figuras como o secretário-geral, Franco Marcolino, e o comissário nacional da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) indicado pela UNITA, Cláudio Silva, um dos homens mais influentes e do circulo restrito de Isaías Samakuva.
Kamalata Numa é candidato
Entretanto, enquanto se aguarda pelo pronunciamento da Comissão Politica da UNITA sobre a continuidade ou não de Samakuva na liderança, o general Abílio Kamalata Numa ja anunciou que vai concorrer à presidência do partido e disse esperar que o atual líder da UNITA "não dê o dito por não dito".
Abílio Kamalata Numa, dirigente da UNITA, reafirmou esta quinta-feira (14.12.) a sua vontade de voltar a candidatar-se à liderança do partido, em caso da saída do atual líder, Isaías Samakuva.Segundo Abílio Kamalata Numa, como antigo militante do partido, está à altura de dar o seu contributo para "o avanço da missão que a UNITA tem em Angola". "Eu sou dos jovens da minha geração que entrei para a UNITA muito cedo, em 1974, e naquela altura não nos passava pela cabeça chegarmos até este ponto, e por imperativo das missões geracionais, a minha geração tem neste preciso momento uma oportunidade de poder dar o seu contributo para o avanço da missão que a UNITA tem em Angola", referiu.
O general e ex-deputado da UNITA salientou que "não são os militantes que decidem", referindo-se à continuação ou não de Isaías Samakuva, que manifestou vontade de deixar o cargo, considerando que "um dirigente tem de assumir ele próprio a sua responsabilidade".
Acrescentou que quando chegar o momento de o congresso extraordinário ser convocado para decidir uma nova liderança, estará preparado para se candidatar, como já fez no passado.