São Tomé e Príncipe na rota do tráfico de droga
29 de maio de 2013São Tomé e Príncipe quer combater o tráfico de droga e diminuir o número de toxicodependentes que nos últimos dois anos aumentou consideravelmente no país. Um facto que tem impulsionado crimes violentos.
Há jovens que levam garrafas de whisky e outras bebidas alcoólicas para a escola. Há jovens que consomem liamba nas escolas. A droga é uma realidade”, reconhece Ivete Lima, directora do Instituto da Droga e Toxicodependência de São Tomé e Príncipe. Aponta a impotência sexual, o insucesso escolar e problemas familiares como alguns dos factores que levam os jovens a enveredarem pela droga.
“Novas rotas de droga
Segundo Kelve Nobre de Carvalho, magistrado do Ministério Público, registou-se um “aumento enorme” do tráfico de cocaína. “Está-se a mudar de rotas e São Tomé e Príncipe é um país que está nesta lista da rota da droga, principalmente da cocaína”, que acaba também por ser consumida em território são-tomense, alerta.
Atualmente, jovens são-tomenses também já são recrutados para o transporte de estupefacientes, as chamadas “mulas” de droga. “Transportam a cocaína no intestino, em cápsulas. Isso hoje está na moda”, afirma o criminologista Lázaro Afonso. O também ex-director da Polícia de Investigação Criminal (PIC) critica ainda os estrangeiros que recrutam os jovens são-tomenses e que põem as suas vidas em perigo.
Autoridades incineram drogas
Para demonstrar que as autoridades são-tomenses estão interessadas no combate à droga, numa das principais lixeiras do pais a céu aberto foram incinerados 11 quilos de haxixe, 2,4 quilos de marijuana e três plantas, bem como 250 gramas de comprimidos com resíduos de heroína e produtos para contrafacção de notas bancárias, num total estimado de meio milhão de dólares norte-americanos.
O Serviço de Migração e Fronteiras do aeroporto e do porto não dispõe de meios para detectar drogas. “Um dos aspetos essenciais é dotar as nossas polícias dos meios necessários, para que possam, de facto, fazer esse combate”, reconhece a ministra da Justiça são-tomense, Edite Tenjua. “Sabemos as limitações que o país atravessa, mas isso não é razão para cruzarmos os braços”, conclui.