Rússia diz que armamento para a Ucrânia é alvo "legítimo"
18 de março de 2022"Demos a entender de uma forma muito clara, que todos os carregamentos que chegam à Ucrânia e comboios que, na nossa opinião, transportam armamento, serão alvos legítimos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em entrevista à emissora russa de televisão "RT".
Sergey Lavrov destacou que a chamada pelo Kremlin de "operação militar especial" na Ucrânia visa, exatamente, "eliminar qualquer ameaça" que possa afetar a Rússia.
Além disso, Lavrov apontou que o objetivo é "proteger a população civil" do Donbas, que, segundo o ministro, "sofreu ataques durante oito anos".
O ministro garantiu que, cedo ou tarde, a atual situação, que classificou como "anômala", entre Rússia e Ucrânia, chegará ao fim, mas completou que o Ocidente impedirá uma rápida normalização dos laços entre os dois países.
"Tentaram converter a Ucrânia numa anti-Rússia, usando vários instrumentos", acusa Lavrov.
Novos ataques
Entretanto, os civis continuam a ser atingidos. Pelo menos uma pessoa morreu e outras 19 ficaram feridas, incluindo crianças, num bombardeamento russo com foguetes de artilharia sobre uma zona residencial de Kiev, disse esta sexta-feira (18.03) o presidente da câmara da capital ucraniana, Vitali Klitschko.
De acordo com uma mensagem difundida pelo autarca na rede social Telegram, os bombardeamentos afetaram Podil, uma zona residencial.
"O inimigo continua a atacar a capital. De manhã, bombardearam uma zona residencial no distrito de Podil. Uma pessoa morreu, 19 ficaram feridas, incluindo quatro crianças. Seis casas, um jardim infantil e uma escola ficaram danificadas", disse Klitschko.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 5,2 milhões de pessoas, mais de 3,1 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou, até à data, pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças.