República do Congo: Presidenciais com muitas expectativas
21 de março de 2021A República do Congo foi às urnas neste domingo (21.03) para a realização das eleições presidenciais, iniciadas esta manhã. Seis candidatos, um dos quais infetado pelo vírus da Covid-19, enfrentam o Presidente Denis Sassou Nguesso, que busca reeleição já na primeira volta.
Guy-Brice Parfait Kolélas, 61 anos, que é considerado o maior desafio para o Presidente de longa data, Denis Sassou Nguesso, luta contra a morte depois de uma infeção pelo coronavírus, noticiaram os média franceses neste domingo (21.03).
Em várias mesas de voto foram registados atrasos, por vezes até uma hora. Poucas multidões foram vistas na altura do início da votação.
Acesso à internet cortado
O acesso à Internet foi cortado durante várias horas na abertura oficial das mesas de voto às 7h00 (hora local). Mas as comunicações telefónicas e SMS ainda eram possíveis de acordo com o correspondente da DW em Brazzaville.
O Presidente congolês Denis Sassou Nguesso procura um novo mandato após quase quatro décadas no poder. Mas nas ruas do país, os jovens congoleses sonham com um Presidente mais sensível aos seus problemas, como o desemprego.
Na terça-feira (16.03), numa carta aberta, cerca de 50 organizações, incluindo a Internet Sem Fronteiras (ISF), pediram a Sassou Nguesso para "manter a Internet aberta, acessível e segura durante todo o período das eleições" presidenciais.
"[A Internet e as redes sociais] fornecem um espaço para comunicação, debate público, pesquisa de informações sobre processos eleitorais e candidatos, para relatar e documentar eventos e resultados. Os cortes na Internet atentam contra os direitos humanos, interrompem os serviços de emergência e prejudicam as economias", argumentaram.
"Fonte potencial de fraude"
Na quarta-feira (17.03), votaram antecipadamente nas eleições entre 55 mil e 60 mil membros das Forças de Segurança. A votação antecipada é vista como uma fonte potencial de fraude por opositores ao presidente em exercício.
A conferência episcopal, que expressou sérias reservas quanto à transparência e credibilidade da eleição presidencial, viu recusado o seu credenciamento, que lhe permitiria enviar observadores eleitorais às assembleias de voto.
Neste sábado (20.03), o Governo de Angola anunciou que o antigo chefe da diplomacia angolana, Manuel Augusto, vai liderar a missão de observação eleitoral da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) às presidenciais na República do Congo, este domingo.