Renato Sanches: da Musgueira para o Bayern de Munique
6 de junho de 2016Publicidade
Renato Júnior Luz Sanches, do Sport Lisboa e Benfica, vai jogar no Bayern de Munique na próxima temporada por 35 milhões de euros. Esta é a transferência mais cara de sempre de um jogador da primeira liga portuguesa.
O médio de 18 anos, filho de pais cabo-verdianos, goza de boa reputação nos bairros de Lisboa onde tem familiares e amigos, incluindo as Águias da Musgueira, onde jogou antes de ser descoberto pelo clube da Luz.
O “miúdo do bairro”
Aos domingos de manhã, os miúdos do bairro “6 de maio” jogam futebol num campo da vizinhança. Estão sob a responsabilidade de Diogo, um jovem voluntário português, e de Cândido Sanches, cabo-verdiano. Mais conhecido por “Sassá”, Cândido é um dos familiares de Renato Sanches, o jogador do Benfica que acaba de assinar um contrato milionário com a equipa alemã Bayern de Munique.
Tanto nos bairros “6 de maio” como na Musgeira, nos arredores de Lisboa, onde é conhecido por “Bulo”, o nome de Renato Sanches não passa despercebido.
Alípio Freitas, são-tomense, fala do jogador como “um miúdo que tem muito para dar”. E não poupa elogios: “Joga muito bem, batalha, tem muita força. É um orgulho ver um miúdo destes”.
Familiares como “Sassá” ou Adriano Tavares – dono do salão na Damaia onde Renato arranja o cabelo rasta e que o acompanha desde os 11 anos –, mostram alguma reserva em fazer declarações, para não afetar a carreira do jogador. Mas, tal como os amigos e conhecidos, manifestam estima e carinho por ele.
José Jorge, de 43 anos, conhecido por Zé Barriga, diz que não teve a mesma sorte do Renato. Eram outros tempos. Ponta de lança que representou a seleção de Cabo Verde em 1992, Zé ficou feliz com a notícia da transferência para a equipa alemã.
“Conheço o Renato, conheço o pai do Renato. Estou muito contente com esta transferência. Foi uma sorte muito grande. É uma oportunidade que muitos jovens procuram”, afirma.
Junto ao Café Papagaio, no bairro da Alta de Lisboa, onde o futebolista vivia com a mãe, um grupo de amigos acaba por incluí-lo na conversa. Graça dos Santos, angolana, conhece Renato desde pequeno.
“Fui amiga da mãe do Renato Sanches desde a sua infância, andei com ele ao colo. E como estou feliz por ele é como se fosse um filho. Espero que ele vá em frente, que se torne ainda melhor do que é e que seja feliz”, diz Graça.
Ao seu lado está António Fortes, cabo-verdiano, que garante que não se esqueceu deste “miúdo humilde”. “Nasceu na Quinta Grande, no hospital, mas foi criado desde bebé ao pé da gente. Depois, esteve na Musgueira a jogar à bola e foi para o Benfica. Cresceu aqui, está sempre aqui com a malta amiga neste café”.
Pedro Cunha, angolano, outro amigo da família, também viu Renato crescer. “É um miúdo que aguentou ‘as bombocas’ todas de uma criança de bairro, que sobreviveu e está a sobreviver”. E Pedro Cunha não tem dúvidas: “Acredito que ele vai ser um jogador de referência no Bayern de Munique. É um miúdo novo, tem uma força interior muito boa. Manteve o juízo, distancia-se e está sempre presente”.
Um salto na carreira
A transferência para o Bayern de Munique por 35 milhões de euros e a escolha de Renato Sanches para a seleção nacional, entre outras conquistas, mereceram uma festa de homenagem com amigos e familiares na Musgueira.
Na equipa do bairro, Águias da Musgueira, onde começou, aos oito anos, não faltam recordações sobre a sua exibição no clube.
É tido como uma referência e um orgulho, sobretudo para os jovens descendentes de imigrantes africanos que acreditam no futebol profissional como uma alternativa para o sucesso.
O médio de 18 anos, filho de pais cabo-verdianos, goza de boa reputação nos bairros de Lisboa onde tem familiares e amigos, incluindo as Águias da Musgueira, onde jogou antes de ser descoberto pelo clube da Luz.
O “miúdo do bairro”
Aos domingos de manhã, os miúdos do bairro “6 de maio” jogam futebol num campo da vizinhança. Estão sob a responsabilidade de Diogo, um jovem voluntário português, e de Cândido Sanches, cabo-verdiano. Mais conhecido por “Sassá”, Cândido é um dos familiares de Renato Sanches, o jogador do Benfica que acaba de assinar um contrato milionário com a equipa alemã Bayern de Munique.
Tanto nos bairros “6 de maio” como na Musgeira, nos arredores de Lisboa, onde é conhecido por “Bulo”, o nome de Renato Sanches não passa despercebido.
Alípio Freitas, são-tomense, fala do jogador como “um miúdo que tem muito para dar”. E não poupa elogios: “Joga muito bem, batalha, tem muita força. É um orgulho ver um miúdo destes”.
Familiares como “Sassá” ou Adriano Tavares – dono do salão na Damaia onde Renato arranja o cabelo rasta e que o acompanha desde os 11 anos –, mostram alguma reserva em fazer declarações, para não afetar a carreira do jogador. Mas, tal como os amigos e conhecidos, manifestam estima e carinho por ele.
José Jorge, de 43 anos, conhecido por Zé Barriga, diz que não teve a mesma sorte do Renato. Eram outros tempos. Ponta de lança que representou a seleção de Cabo Verde em 1992, Zé ficou feliz com a notícia da transferência para a equipa alemã.
“Conheço o Renato, conheço o pai do Renato. Estou muito contente com esta transferência. Foi uma sorte muito grande. É uma oportunidade que muitos jovens procuram”, afirma.
Junto ao Café Papagaio, no bairro da Alta de Lisboa, onde o futebolista vivia com a mãe, um grupo de amigos acaba por incluí-lo na conversa. Graça dos Santos, angolana, conhece Renato desde pequeno.
“Fui amiga da mãe do Renato Sanches desde a sua infância, andei com ele ao colo. E como estou feliz por ele é como se fosse um filho. Espero que ele vá em frente, que se torne ainda melhor do que é e que seja feliz”, diz Graça.
Ao seu lado está António Fortes, cabo-verdiano, que garante que não se esqueceu deste “miúdo humilde”. “Nasceu na Quinta Grande, no hospital, mas foi criado desde bebé ao pé da gente. Depois, esteve na Musgueira a jogar à bola e foi para o Benfica. Cresceu aqui, está sempre aqui com a malta amiga neste café”.
Pedro Cunha, angolano, outro amigo da família, também viu Renato crescer. “É um miúdo que aguentou ‘as bombocas’ todas de uma criança de bairro, que sobreviveu e está a sobreviver”. E Pedro Cunha não tem dúvidas: “Acredito que ele vai ser um jogador de referência no Bayern de Munique. É um miúdo novo, tem uma força interior muito boa. Manteve o juízo, distancia-se e está sempre presente”.
Um salto na carreira
A transferência para o Bayern de Munique por 35 milhões de euros e a escolha de Renato Sanches para a seleção nacional, entre outras conquistas, mereceram uma festa de homenagem com amigos e familiares na Musgueira.
Na equipa do bairro, Águias da Musgueira, onde começou, aos oito anos, não faltam recordações sobre a sua exibição no clube.
É tido como uma referência e um orgulho, sobretudo para os jovens descendentes de imigrantes africanos que acreditam no futebol profissional como uma alternativa para o sucesso.
Recentemente de visita a Portugal, também o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, tem algo a dizer sobre Renato Sanches. “A brincar, eu diria que o Renato Sanches é mais um empréstimo que fazemos a Portugal para os grandes clubes e para a seleção portuguesa”, diz o chefe de Estado cabo-verdiano, lembrando que, tal como Renato Sanches, também “o Gelson, o Nani, o Nigel, o Oceano e o Rúben Semedo já foram”. “Claro que seria bom que jogassem para a seleção caboverdiana, mas, não podendo fazê-lo, também apostamos neles.”
Renato Sanches, médio formado no Seixal, foi uma das figuras que mais se destacou esta época no futebol português. Acaba de conquistar o título de campeão nacional pelo Benfica, clube que também venceu a Taça da Liga.
O jogador faz igualmente parte das escolhas de Fernando Santos para a seleção portuguesa, que participa na fase final do Euro2016, em França.
Alípio Freitas, como tantos outros moradores da Alta de Lisboa, do “6 de maio” e da Musgueira, deseja-lhe boa sorte: “Que tudo corra bem, que ele continue assim trabalhando, dias melhores virão”.
Publicidade