RENAMO vai contestar resultados eleitorais
29 de outubro de 2019O mandatário da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Venâncio Mondlane, confirmou que o seu partido vai contestar junto do Conselho Constitucional os resultados das eleilções gerais de 15 de outubro, que dão vitória ao partido o poder.
Em entrevista à agência de notícias Lusa, Mondlane afrimou que o partido vai "recorrer contra a deliberação que aprova os resultados definitivos destas eleições, que tiveram várias irregularidades, desde o próprio recenseamento eleitoral, e devem ser anuladas".
Os resultados eleitorais, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) no domingo (27.10) em Maputo, deram larga vantagem à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, cujo candidato, Filipe Nyusi, foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos.
Na contestação, a RENAMO aponta alegadas irregularidades registadas durante o processo eleitoral, destacando um suposto afastamento dos delegados de candidatura daquele partido nas assembleias de voto e a falta de respostas atempadas às reclamações do partido durante o dia de voto, além de outras pontos.
"Teste ao Conselho Constitucional"
"Estas eleições tiveram irregularidades graves e não se justifica que este processo tenha sido validado", declarou o mandatário do principal partido de oposição, que acrescenta que este recurso também será um "teste" ao Conselho Constitucional (CC), que agora apresenta uma nova configuração, após a saída de Hermenegildo Gamito e a nomeação pelo chefe de Estado moçambicano de Lúcia Ribeiro para a presidência do órgão.
"Trata-se de uma prova dos nove para vermos se alguma coisa mudou ou as coisas continuam a mixórdia de sempre que conhecemos no CC", concluiu Venâncio Mondlane.
Nos resultados anunciados no domingo, o partido no poder desde a independência em Moçambique reforçou a presença no parlamento e terá mais de dois terços dos lugares, segundo os resultados oficiais das eleições de 15 de outubro, divulgados no domingo. A FRELIMO conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, cabendo 60 (24%) à RENAMO e seis assentos (2,4%) ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou a CNE.