Rússia está a expandir o seu arsenal nuclear, dizem EUA
9 de dezembro de 2022"A Rússia está a expandir e a modernizar o seu arsenal nuclear", disse nesta sexta-feira (09.12) o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.
Austin falava numa cerimónia do Comando Estratégico dos EUA, que supervisiona o arsenal nuclear dos Estados Unidos.
"E enquanto o Kremlin continua a sua cruel e não provocada guerra contra a Ucrânia, o mundo inteiro vê Putin a envolver-se em fanfarronices nucleares profundamente irresponsáveis", acrescentou Austin.
As declarações do secretário da Defesa norte-americano surgem numa altura em que o Presidente russo, Vladimir Putin, tem sugerido repetidamente que poderia usar armas nucleares para proteger a Rússia.
Armas nucleares
As declarações de Austin estão em consonância com um recente documento do Pentágono sobre armas nucleares. A Rússia tem o maior arsenal de armas nucleares do mundo, com cerca de 6.000 ogivas, de acordo com os peritos.
Juntos, a Rússia e os Estados Unidos detêm cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo inteiro - o suficiente para destruir o planeta várias vezes.
A Rússia disse que prestará especial atenção à construção de infraestruturas para as suas forças nucleares em 2023.
Putin avisa o Ocidente
Nesta sexta-feira, Vladimir Putin prometeu numa conferência de imprensa que qualquer país que ousasse atacar a Rússia com armas nucleares seria dizimado da face da terra.
Putin disse que a Rússia não tinha mandato para lançar um ataque nuclear preventivo, mas que as suas avançadas armas hipersónicas garantiriam que o país poderia responder com força se for atacado.
Putin avisou o Ocidente em 21 de setembro que não estava a fazer bluff quando disse que estaria pronto a usar armas nucleares para defender a Rússia. A 30 de setembro, disse que os Estados Unidos tinham criado um precedente ao lançarem duas bombas atómicas sobre o Japão em 1945.
Oficiais russos dizem que o Ocidente tem interpretado repetidamente mal as declarações do Kremlin. Os Estados Unidos, por seu turno, advertiram a Rússia sobre as consequências de qualquer utilização de armas nucleares.