Quarta fase das manifestações não se fez sentir em Maputo
13 de novembro de 2024A anunciada quarta fase das manifestações convocadas por Venancio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS, não tiveram adesão na cidade de Maputo. A capital do país registou pouco movimento de pessoas nas primeiras horas, o comércio fechado na baixa da capital mas o destaque vai para os transportes e comercio informal que timidamente faziam os seus trabalhos.
Com as ruas e avenidas reforçadas com a presença policial e militar alguns cidadãos foram ganhando confiança de que nada de mal podia acontecer por isso iam sair timidamente. Ainda assim, o comércio na baixa da cidade esteve encerrado e algumas escolas como também repartições do estado estavam com portas fechadas.
Mas foram os transportadores de passageiros que logo cedo estiveram na rua. Com os nervosos à flor da pele, os ouvidos colados aos rádios e os celulares sempre a vibrar para atualizar o estado das rodovias, foi esta a equação para o negócio dos "chapeiros".
Rogério Chongo é motorista do chapa e queixa-se do fraco movimento: "Como disse, parar é morrer e nós temos que batalhar, não é? Agora não existe clientela para chapa e que isto volte ao normal e as nossas coisas vão ficar melhores."
A procura do pão não pode parar
Ernesto Araújo é cobrador de chapa e tenta fechar a receita do patrão enquanto as manifestações não começam. É que ainda pela manhã as pessoas fazem tudo às pressas.
"O negócio não está a andar bem. Nas primeiras horas há passageiros, mas o movimento começa a baixar. Mas vamos tentar gerir."
Na baixa da capital, o movimento era fraco e Rosário Mandlate, vendedor informal, tentava procurar clientes, mas queixa-se: "Por causa da greve também estamos a passar mal. vendemos mas não estamos a ver nada. Os clientes para sairem de casa está dificil."
Ainda na zona da baixa de Maputo, os poucos vendedores ambulantes desdobravam-se em esforços para conquistar clientes. Osvaldo Xirindzanão sabe como será o seu dia porque não há receitas.
"Noutros dias a situação estava muito dificil para nós. Mas até agora ainda não estamos a ver nada e faltam clientes para comprar", lamenta.
Manecas Gomes , vendedor informal, quer que as manifestações parem para continuar os seus negócios.
"Somos responsáveis, não somos crianças e temos que fazer coisas... E eles como chefes devem se organizar e nos deixar em paz, queremos paz, porque ficar sem fazer nada não fica bem também."
Apelos para o diálogo
Anselmo Mabasso também não vê outras saída para este problema que não seja o diálogo para que o país não pare de avançar.
"Apelamos para que se sentem... Agora, sendo assim, as coisas se tornam um pouco dificil. Não existe um problema sem solução para que possamos voltar aqui na cidade porque vivemos com base na cidade e se tudo ficaparado também fica complicado pata nós. Que vão atrás das soluções", apela.
Nesta terça-feira (12.11), o comandante geral da Polícia, Bernardino Rafael, chegou mesmo a afirmar em conferencia de imprensa, que estas manifestações estão a tornar-se terrorismo urbano.
Já o criminalista e jurista José Capassura entende que se deve atacar a causa destas manifestações e não criticar apenas as suas sequelas.
"A verdade eleitoral precisa ser reposta,Moçambique precisa aprender comexemplo de Malawi que não precisou de grandes tumultos para ceder o poder a oposição e governar de forma democrática e precisa de aprender com outro exemplo mais recente do Botswana em nome da democracia" explicou.