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Quénia aguarda decisão final sobre as presidenciais

AP | AFP | Reuters | cvt
30 de outubro de 2017

As autoridades eleitorais quenianas devem decidir esta segunda-feira (30.10) se repetem as eleições presidenciais nos municípios onde houve boicotes ou se avançam com a declaração da vitória do Presidente Uhuru Kenyatta.

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Foto: Reuters/T. Mukoya

Ainda não foram divulgados os resultados da repetição das presidenciais, na passada quinta-feira (26.10). As autoridades refletem ainda sobre o que fazer em cerca de 25 círculos eleitorais, nos quatro municípios ocidentais onde a votação foi bloqueada.

Nessas assembleias de voto no oeste do país, partidários do líder da oposição Raila Odinga conseguiram impedir que centenas de mesas de voto fossem abertas, provocando violentos confrontos com a polícia, que deixaram nove mortos e dezenas de feridos.

Os planos para reiniciar a votação nessas regiões, no sábado (28.10), foram rapidamente cancelados depois de um segundo dia de protestos e receios de novos confrontos violentos.

Quénia aguarda decisão final sobre as presidenciais

No domingo (29.10), o líder da oposição queniana, Raila Odinga, pediu calma num discurso durante uma visita ao bairro de Kawangware, na capital Nairobi, atingido pela violência. Mas também criticou as autoridades quenianas. "O regime atingiu um nível completamente intolerável", declarou.

Numa entrevista à agência de notícias Associated Press, Odinga defendeu a realização de novas eleições dentro de 90 dias. Mas William Ruto, vice-presidente do Quénia, já negou essa possibilidade numa entrevista concedida à emissora Al-Jazeera.

Receios de violência

No domingo (29.10) foi descoberto na aldeia de Kogutam, no oeste do Quénia, o corpo de um homem de 60 anos com três setas nas costas e vários ferimentos na cabeça, um dia depois de uma visita de altos membros do Governo à localidade numa tentativa de acalmar as tensões étnicas agravadas com a repetição das eleições presidenciais.

O caso tem lugar um dia após confrontos armados entre as comunidades Luo e Kalenjin. O líder comunitário Kennedy Onyango receia uma escalada da violência. "Apesar de estarmos a pedir ao nosso povo para manter a paz, será muito difícil contê-los", disse.

Após o boicote eleitoral de Odinga, é quase certa uma vitória esmagadora de Kenyatta. Mas os baixos números de participação dos eleitores provavelmente prejudicarão a credibilidade da votação. Num discurso televisivo, o chefe eleitoral Wafula Chebukati falou numa participação de cerca de 43%.

Pelo menos 49 pessoas morreram desde a primeira eleição presidencial de 8 de agosto, segundo as autoridades. As organizações Human Right Watch e Amnistia Internacional acusaram a polícia queniana da morte de 67 pessoas em protestos nesse período.