Proibição de voos intensifica tensão entre França e Argélia
3 de outubro de 2021A Argélia recusou permitir que dois aviões militares franceses sobrevoassem seu território e ainda convocou o embaixador argelino em França.
O novo capítulo da crise diplomática entre os dois países se deve a declarações atribuídas ao Presidente francês, Emmanuel Macron. A Presidência argelina expressou a sua "rejeição categórica" do que considera "interferência inadmissível nos seus assuntos internos".
"Na sequência das declarações não refutadas que muitas fontes francesas atribuem pessoalmente ao Presidente (Macron), a Argélia expressa a sua rejeição categórica da interferência inaceitável nos seus assuntos internos", diz um comunicado oficial.
"Interferência"
Segundo o diário "Le Monde", Macron terá descrito, na passada quinta-feira (30.09), o país como um "sistema político militar" com uma "história oficial reescrita", durante um encontro com descendentes de figuras proeminentes da guerra de independência argelina.
A Argélia rejeitou "firmemente" as declarações de Macron e criticou-as como interferência em seus assuntos internos.
Perante esta situação, o Presidente argelino, Abdelmedjid Tebboune, decidiu chamar o embaixador argelino em França para consultas, poucos dias depois de o embaixador francês em Argel ter sido chamado, na sequência da decisão de Macron de reduzir drasticamente o número de vistos concedidos a cidadãos da Argélia, Tunísia e Marrocos.