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PAM suspende voos de evacuação no norte de Moçambique

AFP | tm
4 de abril de 2021

O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou neste sábado (03.04) suspender voos de evacuação da península de Afungi no norte de Moçambique, por razões de segurança, nove dias após o ataque jihadista na cidade de Palma.

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Sceenshot Google Earth | Palma in Mosambik
No mapa, a cidade de Palma, alvo dos recentes ataques terroristas.Foto: Google Earth/picture alliance/dpa

O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou neste sábado (03.04) ter suspendido seus voos de evacuação da península de Afungi, no norte de Moçambique, por razões de segurança, após o ataque jihadista na cidade de Palma.

A 24 de Março, grupos armados atacaram a cidade portuária de Palma, com 75 mil habitantes, matando dezenas de civis, polícias e militares. O ataque que ocorreu a apenas alguns quilómetros do mega-projecto de gás do grupo francês Total e foi reivindicado pelo grupo do Estado Islâmico (EI).

A agência da ONU ajudou a transportar por via aérea as pessoas mais vulneráveis para a capital provincial, mas desde sexta-feira (02.04), os voos foram suspensos, segundo informação avançada na noite desta sábado (03.04)

"Devido à deterioração da situação de segurança, suspendemos temporariamente os voos de evacuação de Afungi para Pemba com o Serviço Aéreo Humanitário da ONU (UNHAS), dirigido pelo PAM", disse à agência de notícias AFP a sua porta-voz, Shelley Thakral.

Desde 25 de março, o PAM já evacuou 380 pessoas, principalmente mulheres e crianças.

Cerca de 10 mil pessoas foram deslocadas pelo ataque, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Cerca de 23 mil outras ainda se encontram na região de Afungi, sob protecção militar, segundo a OIM.

Uma fonte militar em Maputo disse à AFP na sexta-feira (02.04) que a Total tinha evacuado todo o pessoal do local onde desenvolve seu projeto de gás. Uma fonte de segurança afirmou que os terroristas tinham sido avistados nos últimos dias perto do local onde está a Total.

Antes do ataque a Palma, 2.600 pessoas, metade das quais civis, já foram mortas em mais de 800 ataques jihadistas nos últimos três anos.