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Profissionais de saúde moçambicanos mantêm greve

24 de agosto de 2023

Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique vai manter a greve, mesmo depois de os médicos terem anunciado a interrupção da sua paralisação.

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Foto: Romeu da Silva/DW

"Os profissionais de saúde, a nível nacional, continuam em greve, não houve nenhuma resposta concreta" por parte do Governo, afirmou Anselmo Muchave, presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM).

Muchave assinalou que a decisão do Executivo de criar uma nova equipa para negociações com os médicos, que levou esta classe a suspender a greve, não abrange os outros profissionais de saúde, que, por isso, optaram por manter o seu protesto.

"Não altera em nada, porque são duas classes diferentes", afirmou, referindo-se à greve de 21 dias prorrogáveis que os membros da APSUSM cumprem desde domingo (20.08), com observância de serviços mínimos nas unidades de saúde.

Sobre o apelo do Presidente da República, Filipe Nyusi, que, na quarta-feira (23.08), pediu para que parassem as greves no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Anselmo Muchave considerou que a exortação não responde aos anseios da classe.

"Nós já apelamos a ele para que também as reivindicações dos profissionais sejam atendidas", frisou.

Demandas

Insistiu que os trabalhadores representados pela sua associação, que abrange 65 mil membros, exigem a melhoria do SNS, nomeadamente a logística de medicamentos, condições de trabalho e de segurança sanitária nos hospitais, condições de prestação de cuidados aos doentes, enquadramento profissional adequado e melhoria salarial.

"Existem pontos que não precisam de fundos, só precisam da abertura do Governo para que possamos trabalhar em equipa", frisou.

Anselmo Muchave referiu que mais de 90% dos membros da organização "estão em casa à espera que o Governo dê sinais de disponibilidade para cooperar".

Na quarta-feira, a Associação Médica de Moçambique (AMM) anunciou a interrupção, a partir de hoje, da greve que estava em curso desde 10 de julho para dar espaço às conversações com o Governo.

"A interrupção foi determinada pelo facto de termos conseguido observar uma luz no fundo do túnel para que, em conjunto, todas as associações e órgãos possam trabalhar com o Governo em prol do Serviço Nacional de Saúde. Repare que falo aqui do Governo e não do Ministério da Saúde", declarou o presidente da AMM, Milton Tatia, após uma reunião da classe em Maputo.

A greve ficou assim interrompida até 02 outubro, com o objetivo de "dar espaço para um diálogo franco, aberto e produtivo com a comissão criada pelo Governo, sob liderança do primeiro-ministro, Adriano Maleiane.

Na nota final da AMM distribuída na quarta-feira, os médicos manifestam solidariedade para com os membros da APSUSM, considerando que as revindicações desta classe são também legítimas e merecem a atenção do Governo.

Debate: Braço de ferro entre médicos e Governo moçambicano