Produtos 'Feitos em Moçambique' contra a inflação
30 de novembro de 2016Os produtores de hortícolas na província sulista de Maputo estão determinados a aumentar a produção, para que os mercados da capital moçambicana sejam abastecidos, sobretudo, com produtos nacionais.
Uma das apostas dos produtores é o tomate de Catuane, uma região onde se produz hortícolas.
"Nesta altura do ano, a nossa produção está quase no defeso. Mas os empreendimentos de Catuane vão entrar agora em peso com o tomate, que servirá de contrapeso ao tomate importado e é de boa qualidade", afirma Fernando Matusse, presidente da Associação dos Produtores de Hortícolas.
A tarefa de aumentar a produção não é fácil, comenta Matusse. Segundo os produtores, competir com os alimentos importados da vizinha África do Sul é o maior problema. O associativista está, porém, motivado: "É preciso termos capacidade suficiente para prover os mercados com quantidades normais, para que o preço não sufoque mais o bolso do cidadão."
Comerciantes confiantes
Em Moçambique, a inflação anual atingiu, em outubro, os 25,5%. A diminuição da produção interna foi uma das causas da subida dos preços, tal como o aumento dos preços dos produtos na África da Sul e a queda da moeda nacional, o metical.
"Sempre nos preocupámos com esta situação, mas acredito que vamos manter os stocks", diz o comerciante José Silva em entrevista à DW África.
O comerciante Sabir Amad aplaude a ideia de ter mais produtos nacionais nas bancas - basta arranjar espaço para os conservar: "Há certos e determinados produtos, frescos, que não conseguimos aprovisionar, porque senão acabam os prazos - mas vamos fazê-lo."
O importante é que os preços não subam, sublinha Sabir. "Se subirmos o preço sem pensar, ficará incomportável. E se o consumidor não puder comprar ficaremos aqui parados, à espera de melhores dias."