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Presidente Ellen Johnson Sirleaf toma posse na Libéria

16 de janeiro de 2012

Ellen Johnson Sirleaf foi esta segunda-feira (16.01) reempossada no cargo de presidente da Libéria para um segundo mandato de seis anos. A luta contra o desemprego juvenil e o combate à corrupção são as suas prioridades.

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A luxuosa cerimónia de tomada de posse de Sirleaf custou 1.2 milhões de dólares (950.000 euros)
A luxuosa cerimónia de tomada de posse de Sirleaf custou 1.2 milhões de dólares (950.000 euros)Foto: Reuters

Reeleita no dia 8 de novembro do ano passado, Ellen Johnson Sirleaf, de 73 anos de idade, tomou posse na capital liberiana, Monróvia, numa cerimónia de luxo orçada em 1.2 milhões de dólares (950.000 euros).

Na investidura da nova Presidente da Libéria, um dos países mais pobres de África, esteve presente a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que efetua uma visita relâmpago a África. Na plateia figuravam também alguns chefes de Estados, entre os quais Alpha Condé da Guiné, Abdoulaye Wade do Senegal e Ernest Koroma da Serra Leoa.

Oposição reconhece presidente

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton (à esquerda), num encontro com a Presidente liberiana
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton (à esquerda), num encontro com a Presidente liberianaFoto: Reuters

A tomada de posse da Prémio Nobel da Paz ocorreu num ambiente de paz, uma vez que o seu principal rival nas eleições de Novembro, Winston Tubman, reconheceu-a domingo (15.01), na véspera da sua investidura, como líder do país. Tubman, líder do Congresso para a Mudança Democrática, contestou vementemente a sua reeleição.

A vitória de Ellen Johnson Sirleaf só foi conseguida na segunda volta das eleições presidenciais, em novembro de 2011. A presidente conseguiu 90,8% dos votos numa corrida em que participou sozinha, depois do boicote do seu adversário, Winston Tubman, que alegou que o escrutínio teria sido marcado por fraudes e irregularidades idênticas às da primeira volta.

Em Outubro, na primeira volta, Sirleaf obteve 43,9% dos votos contra 32,7% deTubman. Nessa altura, a taxa de participação eleitoral foi de 71,1%, enquanto na segunda volta não foi além dos 37,4%.

Muitos jovens estão desempregados e existe um enorme potencial para conflitos
Muitos jovens estão desempregados e existe um enorme potencial para conflitosFoto: dapd

Combate ao desemprego urgente

Peter Quaqua, presidente da União da Imprensa da Libéria, diz que “muitas pessoas sentem-se excluídas daquilo que acontece na sociedade e que há ainda muitos assuntos que continuam em aberto em 2012, começando pela corrupção no país. “No setor da formação ou na criação de empregos, as pessoas têm a sensação de não receberem a parte que lhes cabe”, explica.

Um desafio urgente é, por isso, a criação de empregos. Cerca de 80% da população está desempregada. Muitos jovens estão desempregados e é exactamente neste capítulo que existe um enorme potencial para conflitos, considera o politólogo Michael Keating, da Universidade de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos.

“Eu comparo o grande número de desempregados, jovens liberianos analfabetos, a uma poça de gasolina que a qualquer momento pode ser incendiada com um simples fósforo. Durante as últimas eleições já foi possível constatar isso”, refere Michael Keating.

Novos apoios entre as prioridades

Um desafio urgente na Libéria, onde cerca de 80% da população está desempregada, é a criação de empregos
Um desafio urgente na Libéria, onde cerca de 80% da população está desempregada, é a criação de empregosFoto: DW

A presidente liberiana tem um trunfo na mão: o país é rico em matérias primas. Para atrair investidores, Johnson Sirleaf já tem como primeira tarefa conseguir apoios. Um contrato com uma grande companhia internacional de aço já está fechado e também foi assinado um acordo para a exploração de petróleo na costa liberiana com a companhia Chevron.

A esperança é que estes acordos tragam dinheiro e empregos para o país. Porém, com isso e com a exploração dos recursos minerais vêm outras preocupações, como o problema da corrupção. “Isso será um dos desafios da presidente. Ela prometeu que este seria o mandato do castigo. Falou muito, mas não se passou à ação. Muitas pessoas envolvidas em casos de corrupção nunca foram julgadas”, lembra Peter Quaqua.

Outro desafio do novo mandato de Ellen Johnson Sirleaf é a criação de instituições políticas sérias e estáveis.

Autoras: Stefanie Duckstein/ Nádia Issufo
Edição: Madalena Sampaio/António Rocha