Presidência do MDM: Simango sucede a Simango
6 de dezembro de 2021Os delegados que participaram do terceiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que decorreu na cidade da Beira, elegeram na manhã de domingo (05.12) Lutero Simango para dirigir o partido nos próximos tempos.
O atual chefe da bancada do MDM no Parlamento moçambicano venceu a corrida à presidência do MDM como cerca de 88% dos votos, contra cerca 10% de votos para Silvério Ronguane, que ficou em segundo lugar.
O novo líder do "galo" tomou posse ainda na manhã deste domingo. No ato, Simango jurou defender "um Moçambique para todos", o lema do partido.
"O nosso movimento tem sido uma grande escola da democracia, somos os promotores da inclusão, somos um partido político que quebrou a bipolarização em Moçambique", afirmou.
Oposição interna
Entretanto, Silvério Ronguane candidato derrotado, disse estar satisfeito com resultado por si obtido nesta corrida e congratulou Lutero Simango, a quem pede para imortalizar os ideais do antigo presidente, Daviz Simango.
"O meu sentimento é de alegria porque saio aqui com 10%, portanto é um resultado maravilhoso", considerou Ronguane, agradecendo aos seus simpatizantes por acreditarem nele.
Ronguane deixou uma certeza para o partido: "Estou agora disponível para liderar a oposição dentro do partido MDM na minha qualidade de segundo candidato mais votado". O objetivo é que os ideais que defende "continuem de pé" e sejam postos em prática, sublinhou o também deputado do MDM no Parlamento moçambicano.
Desistência de José Domingos
José Manuel, que dirige até à data o secretariado-geral do partido, optou por retirar-se da corrida pouco antes do início da votação "para salvaguardar os interesses dos moçambicanos através da democratização interna no partido", segundo justificou o seu mandatário Vasco Abrão.
Abrão entende que com a retirada da candidatura de José Domingos "quem saiu a ganhar é o partido".
"A nossa candidatura visava garantir a continuidade dos ideais de Daviz Simango, que nos ensinou a sermos tolerantes. É na senda desses ensinamentos que nós achamos que não havia condições para a continuidade da nossa candidatura", explicou Vasco Abrão.
O mandatário de José Domingos denunciou, no entanto, que havia uma candidatura que a todo o custo queria vencer. "Para o bem do MDM, para o bem da continuidade do MDM, nós decidimos desistir desta candidatura, porque nós entendemos que o povo moçambicano que ainda continua a inspirar confiança no partido merece respeito", frisou.
Segundo Abrão "a melhor maneira de respeitar este povo é garantir que a democraticidade interna possa fluir no MDM e sobretudo garantir que o Movimento Democrático de Moçambique continue a ser aquele partido que os moçambicanos sempre sonharam que seja o partido da esperança deste povo".
Assim, Lutero Simango sucede ao seu irmão mais novo, Daviz Simango, na liderança do MDM e e torna-se o segundo presidente desta formação política moçambicana, desde a sua fundação em 2009.
O Movimento Democrático de Moçambique estava sem presidente desde fevereiro passado, depois da morte por doença do seu então líder fundador, Daviz Mbepo Simango.
Artigo atualizado às 7h20 CET de 6 de dezembro de 2021.