Portugal apoia Guiné-Bissau para realização de legislativas
11 de outubro de 2024O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Nuno Sampaio, que chegou, esta sexta-feira (11.10), a Bissau para uma visita de dois dias, disse que as autoridades guineenses contactaram a administração eleitoral portuguesa, depois de marcadas as eleições legislativas antecipadas.
O governante, que falou aos jornalistas depois de ter sido recebido pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse que o principal propósito desta visita é a inauguração de um navio doado por Portugal à Guiné-Bissau.
Questionado sobre as eleições marcadas pelo Presidente guineense para 24 de novembro, o secretário de Estado português disse que "Portugal tem apoiado a Guiné-Bissau sempre na realização das eleições".
Esse apoio foi dado nas legislativas de 2023, ganhas pela coligação PAI-Terra Ranka, e volta a acontecer pouco mais de um ano depois, nas novas legislativas marcadas por Umaro Sissoco Embaló, que dissolveu o parlamento guineense, em dezembro de 2023, antes de decorrido o prazo constitucional para a dissolução.
Segundo Nuno Sampaio, "neste momento estão a seguir os trâmites para Portugal dar, mais uma vez, apoio".
Como explicou, trata-se de "um apoio logístico", mas que "também acaba por ser um apoio financeiro à realização de eleições", dentro daquilo que foi solicitado pelas autoridades da Guiné-Bissau.
O governante português concretizou que este apoio "traduz-se no custo dos materiais para a realização das eleições e do seu transporte", que será feito de barco ou de avião, dependendo da proximidade da data do ato eleitoral.
Polémica entre Bissau e Timor-Leste
Questionado pelos jornalistas sobre a recente polémica entre dirigentes timorenses e guineenses, Nuno Sampaio disse que "o Governo de Portugal, quer nas relações bilaterais com todos os países irmãos da lusofonia, quer no seio da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa], pauta as suas relações por um enorme respeito por todos os países".
"E no seio da CPLP é sempre um fator de estabilidade, um fator de consenso, portanto Portugal não entra em questões de soberania de cada um destes países", acrescentou.
A polémica no seio da CPLP surgiu com as declarações do secretário executivo da organização, o timorense Zacarias da Costa, que expressou a preocupação da comunidade com os desenvolvimento políticos na Guiné-Bissau.
Neste seguimento, Umaro Sissoco Embaló qualificou o secretário executivo da CPLP de "atrevido", considerando que "não tem essa competência," para se pronunciar sobre a Guiné-Bissau, e que "ele foi além das suas prorrogativas".