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Polícia moçambicana anuncia morte de 16 terroristas

Delfim Anacleto
29 de setembro de 2022

Doze residências da aldeia de Natugo, em Cabo Delgado, foram incendiadas por terroristas num ataque no domingo (25.09). Forças de Defesa estão no local, mas populares pedem armas para ajudar na luta contra terroristas.

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Foto: DW

Os insurgentes deixaram um rasto de destruição na sua recente passagem pela aldeia de Natugo, distrito de Quissanga. É a segunda incursão terrorista registada na região. A outra foi em 2021.

Cerca de 12 habitações foram incendiadas. Não há notícia de mortos ou feridos. Um residente local conta que o ataque do dia 25 de setembro iniciou por volta das 18 horas locais.

"Entraram aqui e começaram a circular na aldeia [quando eram] 18 horas. As pessoas perceberam que já havia inimigos aqui. Um jovem começou a gritar alertando sobre a entrada do grupo conhecido como Alshabab. Depois daí, cada um começou a correr", relata um residente.

O morador acrescenta que ninguém foi raptado pelos atacantes: "Não mataram ninguém, não levaram ninguém aqui. Roubaram muitas coisas aqui e queimaram os nossos alimentos, a nossa roupa."

Forças de Defesa no terreno

As forças de segurança estão, neste momento, no encalço dos terroristas, afirma o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM). Bernardino Rafael visitou esta quarta-feira (28.09) a zona atacada.

16 terroristas foram mortos, alguns em confrontações com as Forças de Defesa e Segurança, outros terão sido "devorados por leões e crocodilos" nas matas de Cabo Delgado, acrescentou Rafael.

 Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de Moçambique
Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de MoçambiqueFoto: DW

"Uns ficaram aqui no mato [depois de serem atingidos] com as armas das Forças de Defesa e Segurança. Pagaram o pecado deles por queimarem casas", sublinhou.

O chefe da PRM orientou em Bilibiza e Natugo, distrito de Quissanga, dois encontros com populares. Bernardino Rafael apelou aos residentes para resistirem às investidas terroristas, socorrendo-se de todos os meios ao seu dispor.

"Quando eles [os terroristas] entram nas nossas machambas, o que temos que fazer é perseguir e resistirmos com faca, catana, azagaia, e, nessa altura, um tem que correr para comunicar às Forças de Defesa e Segurança, para nos juntarmos e perseguirmos esses terroristas."

Populares pedem armas

Vários residentes de Quissanga disseram-se prontos para se juntarem à luta contra o terrorismo. Alguns chegaram mesmo a pedir armamento para ajudar a defender as suas terras de ataques.

"Nós aqui estamos a pedir armas. Os jovens querem armas para lutar contra eles. Aqui há jovens que estão organizados para isso", asseguram.

O comandante-geral assegurou que alguns residentes serão capacitados e enquadrados na Força Local, grupo que, em muitos distritos de Cabo Delgado, trabalha lado a lado com as Forças de Defesa e Segurança e aliados internacionais no combate ao terrorismo.

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