Pelo menos 18 mortos em ataque no Burkina Faso
14 de agosto de 2017O Governo do Burkina Faso confirmou esta segunda-feira (14.08) que há vários menores de idade entre as 18 vítimas mortais do ataque a um café turco na capital Ouagadougou, em que outras dez pessoas ficaram feridas. O ataque ocorreu na noite deste domingo.
As vítimas são, "na sua maioria", mulheres e crianças, de várias nacionalidades, informou o ministro da Comunicação e porta-voz do Executivo, Remeus Dandjinou. O governante adiantou ainda que as autoridades estão a tentar identificar os corpos. Até agora, foi confirmada a morte de um cidadão francês e outro turco.
"Ataque terrorista"
Os dois atacantes abriram fogo por volta das 21h locais no café Aziz Istambul, situado numa avenida central da capital.
A operação das forças de segurança prolongou-se até de madrugada, quando a polícia matou os suspeitos. Vários agentes ficaram feridos durante a ação, segundo o ministro da Comunicação.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas o Governo classifica-o como "terrorista", de acordo com Remeus Dandjinou.
O Executivo anunciou a abertura de uma investigação para esclarecer o sucedido. O Presidente Roch Marc Kaboré condenou veementemente o ataque, transmitindo as suas condolências às famílias das vítimas mortais e desejanda a rápida recuperação dos feridos.
"O valente povo do Burkina Faso fará uma resistência sem concessões ao terrorismo e aos inimigos do progresso da nossa pátria", declarou o chefe de Estado.
Investigação francesa
O Presidente francês Emmanuel Macron também condenou o ataque e saudou a "mobilização efetiva" das forças de segurança locais, acrescentando que falaria com o seu homólogo no final do dia "para avaliar a situação". As autoridades francesas lançaram igualmente uma investigação criminal, segundo uma fonte judicial.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia lamentou a morte do cidadão turco. "A Turquia vai continuar a apoiar e a mostrar solidariedade para o Burkina Faso que, lamentavelmente, se transformou num alvo do terrorismo internacional", ressaltou o comunicado de Ancara.
O Burkina Faso, como outros países africanos, tem sido alvo de frequentes ataques terroristas nos últimos anos. A maioria dos ataques ocorreu ao longo da fronteira com o Mali, onde também se regista a presença de radicais islâmicos há mais de uma década.
Em janeiro de 2016, um comando do grupo jihadista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) entrincheirou-se durante horas num hotel na capital do Burkina Faso, fazendo de refém mais de 150 pessoas e matando outras 26 de 18 nacionalidades distintas.
Segundo estatísticas oficiais, 60 pessoas morreram no país devido a ataques terroristas nos últimos dois anos.