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Países da África subsaariana ausentes da Feira do Livro em Frankfurt

Cristina Krippahl11 de outubro de 2013

Até domingo (13.10), a cidade alemã recebe a 65ª Feira Internacional do Livro, com 7300 expositores e 1500 escritores de 100 países. Mas há uma região, no entanto, que prima pela ausência: a África a Sul do Saara.

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Bibi Bakare-Yusuf, nigeriana, está na Feira no âmbito de programa para jovens editoresFoto: DW/C.Krippahl

Os custos elevados são um dos motivos pelo qual tão poucos editores africanos se deslocam a Frankfurt, na Alemanha, mas não o único.

“Na maioria dos países africanos a educação é gratuita e o Governo fornece os livros aos alunos. Um editor que tenha um livro escolar selecionado pelo Governo ou ministério não tem de se esforçar muito para conseguir o seu dinheiro", explica a editora ganesa Akoss Ofori-Mensah.

Akoss Ofori-Mensah é uma veterana da Feira Internacional do Livro de Frankfurt. Está presente neste, que é um dos maiores certames da especialidade desde 2000, a expensas próprias. É a única do seu país em Frankfurt, entre as poucas dezenas de editores africanos oriundos exclusivamente da África do Sul e da Nigéria.

A feira já lhe valeu contactos preciosos, como por exemplo com o Taiwan, onde autores seus têm agora obra traduzida e publicada.

A primeira vez que a ganesa se deslocou a este evento foi a convite da organização da feira, inserida num programa financiado pelo Governo alemão e levado a cabo pela organização não governamental litprom - Sociedade para a Promoção da Literatura Africana, Asiática e Latino-americana. O programa destina-se a jovens editores de países com mais dificuldades em financiar a viagem e a estadia.

Die Verlegerin Akoss Ofori Mensah
Akoss Ofori-Mensah visita a Feira Internacional do Livro regularmente desde 2000Foto: DW/C.Krippahl

Uma rede de oportunidades

Béatrice Gbado, que fundou um editora para livros juvenis no Benim, está decidida a agarrar essa oportunidade para novos contactos.

Países da África subsaariana ausentes da Feira do Livro em Frankfurt

"Os editores africanos não têm o hábito de se encontrar. Aqui já tive a oportunidade de conhecer nigerianos, etíopes, e outros colegas africanos, com os quais posso lançar projetos conjuntos”, recorda a jovem editora, que confia num futuro brilhante para o mercado do livro no continente africano.

"Sou otimista porque o livro tem um grande futuro pela frente, tanto mais que temos um mercado que nem sequer está consciente ainda das suas necessidades. À medida que esta consciencialização se alarga, cresce também o mercado", comenta.

A aposta no digital

Bibi Bakare-Yusuf, também da Nigéria, veio a convite da feira no programa para jovens editores. As suas ambições vão além da compra e venda de direitos e já começou a procurar contactos com provedores de serviços digitais, como impressores e empresas de conversão de livros digitais.

"Estamos a apostar cada vez mais no livro eletrónico. Não tanto para leitura no e-reader, que não é tão comum na Nigéria, mas nos telemóveis com acesso à internet que estão em todo o lado em África", afirma.

Bibi Bakare-Yusuf conta que aposta não apenas na literatura dos seus conterrâneos, tendo já publicado outros autores africanos, nomeadamente do Quénia e do Uganda.

Akoss Ofori-Mensah concorda que é importante fomentar a literatura africana no continente, mas a feira de Frankfurt abre ainda portas para outras possibilidades.

"Esta é uma oportunidade de promover os nossos livros para além das fronteiras de África", conclui a editora ganesa.

Bildergalerie Frankfurt Buchmesse 2013 Iran
A Feira Internacional do Livro em Frankfurt segue na 65ª edição, este ano com cerca de 7300 expositoresFoto: DW/Farnaz B.
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