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Passinho: a mistura do funk carioca com Kuduro de Angola

Gomes/Valente13 de novembro de 2013

Um novo jeito de dançar o funk nasceu nas comunidades do Rio de Janeiro. É o "Passinho", uma dança cheia de energia e influências, sobretudo, do Kuduro.

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Dez anos antes de o passinho emergir nas comunidades pobres do Rio de Janeiro, o Kuduro surgia em Luanda. Os dois ritmos são uma colagem de batidas negras. No caso da dança carioca, é uma mistura de funk, frevo, break, samba e, também, Kuduro. "A paixão dos jovens da periferia do Rio pela cultura do passinho é muito similar à que Angola tem pelo Kuduro", diz Emílio Domingos, diretor do documentário "A Batalha do Passinho" (2013).

O movimento musical ganhou projeção fora das favelas do Rio no final da década de 2000, quando os dançarinos começaram a fazer sucesso no Youtube. A partir daí, foram organizadas competições com duelos entre os bailarinos. "O passinho é o resultado de uma mistura. O funk se modificou com o surgimento do tamborzão, que tem uma batida mais acelerada. Foram incorporados o atabaque, percussão brasileira, música de umbanda e candomblé", conta.

O passinho não tem a mesma sensualidade do funk carioca. "Quando o funk começou, como 'proibidão', era quase um filme pornográfico. O passinho é mais uma brincadeira", diz o realizador do filme "I Love Kuduro", Mario Patrocínio.

Quando surgiu, a função da dança era chamar a atenção das mulheres nos bailes funk. O passinho é dançado majoritariamente por meninos. "A mulherada gosta de quem tem poder e se destaca. Os rapazes chamam a atenção quando dançam", afirma a dançarina Leandra Perfects no documentário "A Batalha do Passinho".

Dança como profissão

Os praticantes do passinho têm buscado profissionalização. "Eles têm criado grupos, os chamados 'bondes', e se apresentado em bailes e eventos, inclusive, em festas de classe média. E já começam a dar aulas. É algo tão popular que há um grande interesse em aprender", explica Emílio Domingos.

Para o realizador Mario Patrocínio, o passinho tem uma função social importante nas comunidades do Rio de Janeiro. "Virou uma forma de ganhar a vida. Hoje, aparecem bailarinos e kuduristas profissionais".