LIVRE retira confiança política a deputada
31 de janeiro de 2020A notícia foi veiculada pela imprensa portuguesa, que salienta tratar-se da primeira vez que um partido político eleito fica sem representação parlamentar. Joacine Moreira afirmou que não considera a hipótese de renunciar ao seu mandato. Nesse caso passaria a ser deputada não inscrita e o partido perderia o lugar na Assembleia da República.
Pedro Mendonça, do Grupo de Contato do LIVRE, disse após a reunião que determinou a retirada de confiança, que a decisão se ficou a dever à acumulação de conflitos entre a deputada e o partido: "Não era mais possível qualquer órgão acordar de manhã sem saber o que ia ser dito no nosso nome nesse dia", afirmou esta sexta-feira (31.01), em conferência de imprensa, acrescentando: "É um momento difícil".
Joacine Moreira não esteve presente na reunião que se realizou na sede, tendo declarado na quinta-feira não ter recebido qualquer convocatória, ao contrário das afirmações do partido.
A investigadora Joacine Elysees Katar Tavares Moreira foi a primeira deputada afrodescendente, cabeça de lista, eleita na história do partido LIVRE e uma das três mulheres negras eleitas para a Assembleia da República de Portugal, em outubro de 2019. Em novembro começou a entrar em rota de colisão com o LIVRE quando, no seu primeiro ato como deputada, se absteve na votação de uma resolução que condenava a intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza, contrariando o posicionamento do seu partido. Seguiram-se outros atritos resultantes da sua prestação no Parlamento, que resultaram na retirada de confiança.