Presença das mulheres na política é debatida em Cabo Verde
22 de setembro de 2016
É preciso que as mulheres participem mais nos partidos políticos e os seus nomes sejam colocados em lugares elegíveis durante a elaboração das listas para às eleições em todos os países africanos.
Estas foram algumas das recomendações saídas da conferência sobre “Os partidos políticos e os processos eleitorais: prevenir a violência eleitoral em África”, que decorreu nos últimos dois dias na Cidade da Praia.
A conferência juntou na capital cabo-verdiana representantes de 24 países africanos e da Comissão da União Africana. Foram sobretudo intelectuais, académicos e pesquisadores do continente.
Aos políticos, recomendaram que dêem mais oportunidade às mulheres, porque estas demonstram mais sensibilidade para driblar as crises.
O presidente do Instituto da África Ocidental (IAO) e porta-voz do encontro, José Brito, afirmou que “a maneira da mulher fazer a política é diferente”. Segundo ele, verifica-se que “o homem opta mais para a confrontação enquanto que a mulher pode trazer uma outra sensibilidade, mais humanização”.
Participação feminina na política
O segundo e último dia da conferência foi dedicado ao papel das mulheres nos partidos políticos e como é que podem ajudar na redução da violência.
“Reconheceu-se que em todos os países (africanos) há um grande défice em relação a participação das mulheres. Houve propostas no sentido de se estabelecer quotas de participação feminina nos partidos políticos, porque a questão da participação na vida política vem essencialmente da presença das mulheres já nos partidos políticos nomeadamente a sua presença nos órgãos elegíveis”, pontuou José Brito.
Para além da participação feminina nos partidos, outra recomendação é que não haja interferências externas nos processos eleitorais e que cada ator político desempenhe efetivamente o seu papel.
“É necessário que cada um dos atores desempenhe o seu papel, pese embora termos reconhecido que aumentam as chances de violência eleitoral em África”, destacou o presidente do IAO.
Autonomia para a democracia
A autonomia dos órgãos de administração eleitoral foi a recomendação deixada aos participantes pelo Presidente da República interino de Cabo Verde, Jorge Santos.
“É preciso refletir sobre a questão da autonomia e a independência dos órgãos de administração eleitoral. É fundamental que esteja o mais longe possível dos poderes executivos e o mais perto possível das autoridades centrais que têm responsabilidade a nível dos processos eleitorais”.
A iniciativa da conferência sobre “Os partidos políticos e os processos eleitorais: prevenir a violência eleitoral em África” foi do Instituto para a Democracia em África, em parceria com o IAO.