Palma: Governo está a trabalhar para retorno de deslocados
10 de abril de 2021O governador da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, visitou esta sexta-feira (09.04) o centro transitório de deslocados de Pemba para consolar e transmitir mensagens de esperança às famílias que se viram obrigadas a fugir de Palma devido aos ataques dos terroristas.
No local, o governante ofereceu leite artificial aos bebés, tendo também garantido mais apoios às famílias de modo a minimizar o seu sofrimento.
Valige Tauabo assegurou estar em curso o abastecimento ao distrito de Palma em alimentos e outros produtos em apoio aos cerca de 60 mil residentes que não tinham conseguido abandonar o distrito durante invasão de insurgentes, a 24 de março.
"Nós temos um grosso de mais ou menos 60 mil habitantes que neste momento estão ainda em Palma. Com todo aquele impacto negativo que [o ataque armado de terroristas] trouxe, eles não saíram e o Governo, sem excluir estes que estão aqui na cidade, está também a priorizar a criação de condições para fazer chegar os produtos alimentares em Palma", explicou o governante local.
Retorno dos deslocados
Paralelamente, Valige Tauabo disse estar em curso a criação de condições que permitam o retorno destas famílias a Palma. "É o trabalho que o Governo está a realizar, mas sem pormos a parte de que voltar para casa também requer aferirmos uma boa segurança. Então, há um conjunto de trabalho que se deve fazer para ajudarmos estas famílias".
Na quinta-feira (08.04), também durante uma visita ao centro transitório de deslocados em Pemba, o secretário de estado na província de Cabo Delgado assegurou que as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno a garantir a ordem e segurança em Palma o que poderá propiciar o retorno dos deslocados.
Armindo Ngunga afirmou que "a tropa está a trabalhar para manter a ordem e segurança”. "Nós vamos controlar mais alguns dias. Depois disso, havemos de nos organizar para voltarmos", explicou.
Apoio às famílias
No centro transitório de Pemba, alguns deslocados afirmam que têm recebido apoio básico das autoridades e organizações humanitárias para garantir a sua sobrevivência.
Entretanto, há quem peça abrigo para descongestionar o local:
"Temos alimentação, casas de banho em condições, temos água para beber e atender outras necessidades, não é igual a estar na nossa casa. Por isso, estamos a pedir para pelo menos o Governo arranje-nos tendas, dê-nos um lugar para fixá-las e cada pessoa possa ficar com a sua família. Isso vai melhorar a nossa condição", disse à DW África um dos deslocados naquele centro em Pemba.