Os ataques "bolsonaristas" em Brasília em imagens
Apoiantes do ex-chefe de Estado Jair Bolsonaro invadiram e saquearam vários edifícios do Governo em Brasília. Cerca de 1.500 pessoas foram detidas. Presidente Lula da Silva promete investigação e recusa golpe.
Revolta no Palácio
Milhares de apoiantes do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram vários edifícios do Governo na capital, Brasília, no domingo (08.01). Muitos dos manifestantes vestiam o verde e o amarelo que simbolizam o movimento "bolsonarista" de extrema-direita.
Entrada à força
A polícia usou spray de gás pimenta e granadas de atordoamento, mas foi incapaz de travar os apoiantes do antigo chefe de Estado. Os danos no edifício do Congresso, no Palácio Presidencial e no Supremo Tribunal são consideráveis. Os edifícios — todos ícones da arquitetura moderna, desenhados pelo famoso arquiteto brasileiro Oscay Niemeyer — também albergam muitas obras de arte valiosas.
Polícia conivente?
A polícia em Brasília não estava preparada para a investida. Os manifestantes conseguiram mesmo subir ao telhado do Congresso Nacional. O Presidente Lula criticou a atuação dos agentes de segurança, que escoltaram os "bolsonaristas" até à Praça dos Três Poderes, antes de invadirem as instituições públicas: "Havia uma conivência explícita da polícia apoiando os manifestantes".
Motim destruidor
Dentro dos edifícios, os manifestantes descarregaram o ódio ao novo Governo de esquerda. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, ainda estão a ser avaliados os prejuízos para que se "possa exigir indemnizações dos responsáveis pelos atentados". Vídeos mostram o saque de mobiliário e a destruição de obras de arte.
Frente a frente
O Palácio do Planalto, residência oficial do Presidente, foi ocupado pelos manifestantes. A polícia demorou horas a recuperar o controlo das sedes dos três poderes. 1.500 pessoas foram detidas. "Foram feitas 209 detenções em flagrante do domingo e outras 1.200 pessoas que se encontravam no acampamento 'bolsonarista' em Brasília estão a ser ouvidas pela polícia", informou o ministro da Justiça.
Demissão e suspensão
O chefe de Segurança de Brasília foi demitido pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ainda no domingo. Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou Rocha por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.
Apelos ao golpe
Bolsonaro demorou meses a assumir a derrota nas eleições de outubro. Os seus apoiantes organizaram vários protestos em todo o país contra Lula da Silva, apelando a uma intervenção militar. "Eles querem é golpe, e golpe não vai ter", disse o Presidente, durante uma reunião com governadores e representantes dos 27 estados do país, juízes, ministros e políticos, esta terça-feira (10.01).
Lula promete castigo
O Presidente Lula da Silva inspecionou os danos no Palácio do Planalto, no domingo. No Twitter, falou em ataques "sem precedentes na história do Brasil", acusando o seu antecessor de incitar os militantes. "São fascistas. Têm de ser encontrados e castigados", escreveu. O Presidente brasileiro garante que o Governo vai esforçar-se para investigar todos os envolvidos em atos de vandalismo.