Ocidente vai enviar artilharia pesada para Kiev
19 de abril de 2022O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse esta terça-feira (19.04) que os aliados da Ucrânia decidiram enviar para o país artilharia pesada para ajudar Kiev contra a invasão russa, que anunciou uma nova ofensiva no leste ucraniano.
Após uma reunião com líderes do G7, altos representantes da União Europeia (UE) e da NATO, Olaf Scholz anunciou que os aliados concordaram que "a Rússia não deve ganhar a guerra" e que, por isso, vão fornecer artilharia pesada à Ucrânia.
Os aliados também vão continuar a ajudar financeiramente o Exército ucraniano, ressaltou o chefe do Governo alemão.
Scholz acrescentou que Berlim já está em contacto com a indústria de armamento alemã para garantir o envio rápido de equipamentos para Kiev, incluindo armas antitanque e de defesa antiaérea.
Países Baixos também vão enviar artilharia pesada
Seguindo os passos do G7, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que os Países Baixos também vão enviar equipamento pesado para a Ucrânia.
"Os Países Baixos vão enviar material mais pesado para a Ucrânia, incluindo veículos blindados. Juntamente com os aliados, queremos fornecer material pesado adicional", escreveu Rutte na rede social Twitter.
O anúncio seguiu-se a uma conversa telefónica com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Rutte expressou o seu apoio a Kiev enquanto a Rússia lançava novos ataques no Leste da Ucrânia.
Nova ofensiva no Leste
Desde segunda-feira à noite, a Rússia efetuou centenas de disparos de mísseis de artilharia no Sul e no Leste da Ucrânia.
O Presidente Volodymir Zelensky anunciou que a Rússia lançou uma "grande ofensiva" no Leste do país, marcando uma nova fase da invasão.
"Podemos afirmar que as tropas russas começaram a batalha [para tomar] o Donbass. Uma grande parte do Exército da Rússia está mobilizado para esta ofensiva", declarou o chefe da Estado ucraniano numa mensagem transmitida pela rede social Telegram.
Moscovo critica o Ocidente
Por seu turno, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, reafirmou que a intervenção russa visa "libertar as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, mas disse que "os Estados Unidos, e os estados ocidentais que controla", estão a tentar que a operação "dure o máximo de tempo possível".
"As entregas crescentes de armas estrangeiras demonstram claramente a sua intenção de que o regime de Kiev deve lutar até ao último ucraniano", afirmou Shoigu.
O governante acrescentou que as forças russas estão a cumprir na Ucrânia "as tarefas estabelecidas pelo comandante supremo", o Presidente Vladimir Putin.
Ao anunciar a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, Putin disse que estava a responder a um pedido de ajuda das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência foi reconhecida por Moscovo.
Esta terça-feira, o chanceler alemão disse que o sofrimento na Ucrânia não pode deixar ninguém indiferente, acrescentando: "Sentimos uma tristeza infinita pelas vítimas e - há que dizê-lo - uma raiva infinita pelo Presidente russo e por esta guerra sem sentido".
Mais combates
Apesar do reforço dos ataques no Leste ucraniano, em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, os bombardeamentos fizeram pelo menos três mortos e 16 feridos.
As autoridades da região pediram à população para se refugiar em abrigos e 'bunkers' diante da intensificação dos ataques nas últimas horas.
Os ataques continuaram também na cidade de Mariupol, onde os militares ucranianos se recusam a baixar as armas. A cidade sitiada foi completamente devastada após semanas de bombardeamentos.
O líder checheno pró-Moscovo Ramzan Kadyrov, que está a combater com as suas forças na Ucrânia, disse que a cidade de Mariupol será "libertada" nas próximas horas, apesar da resistência ucraniana.