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"O voador morre à sombra - pesca artesanal"

24 de novembro de 2011

Métodos ultrapassados, condições pobres, pirogas instáveis. Em São Tomé e Príncipe, a realidade no mar não faz jus ao seu potencial. Ouça a primeira parte de uma co-produção da Rádio Jubilar e da Deutsche Welle.

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Quase 3.000 homens trabalham na pesca em S. Tomé e Príncipe, um terço deles usa canoas motorizadas
Quase 3.000 homens trabalham na pesca em S. Tomé e Príncipe, um terço deles usa canoas motorizadasFoto: DW/Barroso

Esta é a época do voador em São Tomé – um peixe que não só nada, mas também salta fora da água. No país, costuma dizer-se “voador panhá”; panhá, porque vem de “apanhar”, já que o voador não se pesca com fio e anzol. O voador apanha-se. Com folha de andala e capim.

Como é à superfície da água que o voador deposita os seus ovos, o capim serve para atrair as fêmeas. E é então, durante a desova, que os pescadores capturam o peixe, violando uma convenção internacional. Porque, segundo a lei, só é permitido pescar espécies em fase adulta. Ora, para evitar despesas adicionais, os pescadores do voador trazem as folhas e a palha de volta da pesca para as reaproveitarem no dia seguinte. E nelas, milhares de ovos postos. Por falta de conhecimento e porque, na apanha deste peixe, ainda os costumes imperam.

Octávio na apanha do voador
Octávio na apanha do voadorFoto: DW/Barroso

Por estas e mais razões, São Tomé e Príncipe vê o seu pescado embargado para exportação. Enquanto navios estrangeiros pescam em quantidades industriais nas águas santomenses, as ilhas não têm possibilidade de cumprir com as normas sanitárias internacionais. Para os santomenses, no entanto, o pescado proveniente da pesca artesanal é muito importante.

O peixe, proveniente da pesca artesanal, constitui 85% do total de proteínas consumido pelos santomenses
O peixe, proveniente da pesca artesanal, constitui 85% do total de proteínas consumido pelos santomensesFoto: DW/Barroso

Um trabalho da autoria de Sérgio Nunes (Rádio Jubilar 91.9 FM) e Marta Barroso (Deutsche Welle).