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O Senegal elege um novo Presidente

Emmanuelle Landais
22 de fevereiro de 2019

No domingo os Senegaleses elegem um novo Presidente. Macky Sall, no poder desde 2012, tem quatro opositores na corrida – o menor número de candidatos numa eleição presidencial no país desde 1988. Saiba quem são.

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Foto: Reuters/Z. Bensemra

Tudo a postos para a primeira volta das eleições presidenciais no Senegal, no domingo, 24 de fevereiro de 2019. Mais de seis milhões e meio de eleitores são chamados a decidir quem vai ser o Presidente nos próximos cinco anos. Embora o Senegal seja considerado o país mais estável da África Ocidental, a campanha eleitoral ficou marcada por tensão e alguns episódios de violência.

Na semana passada, duas pessoas morreram e 24 foram detidas em confrontos em Tambacounda, no sul do país. E o ex-chefe de Estado Abdoulaye Wade pediu aos eleitores que ataquem assembleias de voto e queimem boletins em protesto, depois de o seu filho, Karim Wade, ter sido impedido de se candidatar.

O Presidente cessante, Macky Sall, que se recandidata, condenou os "apelos à violência de certos líderes políticos” e pediu calma aos eleitores. O atual chefe de Estado é já apontado à vitória nestas eleições, depois de as duas mais proeminentes figuras da oposição terem visto as suas candidaturas rejeitadas devido a alegações de corrupção.

Senegals Präsident Macky Sall im DW-Interview in Dakar
O Presidente do Senegal Macky Sall tem quatro concorrentes na corrida à presidênciaFoto: DW/A. Kriesch

Os quatro rivais de Macky Sall

Na corrida continuam quatro candidatos: o principal rival de Sall é o ex-primeiro ministro Idrissa Seck, de 59 anos, derrotado duas vezes em eleições presidenciais. Apostou na promessa de construir hospitais, universidades e centros de saúde nas principais cidades do país.

Recém-chegado à cena política, mas em alta nas sondagens está Ousmane Sonko, de 44 anos. É o candidato mais jovem na corrida. Prometeu renegociar todos os contratos de gás natural e exploração mineira, assinados pelo atual regime.

O candidato mais idoso é Madické Niang, de 65 anos, um advogado que aposta na reforma do sistema judicial. Já Issa Sall, de 63 anos, quer regenerar bairros perigosos e reformar as fábricas de processamento de peixe na costa.

Elogio aos programas eleitorais

O Senegal elege um novo Presidente

São programas eleitorais específicos que agradam ao diretor do WATHI, um think tank pan-africano. Gilles Yabi saúda os esforços dos candidatos que, afirma, não são normalmente visíveis nas eleições em países africanos: "Acho que isto merece elogios. Há muitos elementos relacionados com o sistema de Justiça em todos os programas, como a construção de uma nova prisão e a criação de um programa de reintegração para os detidos após a libertação”. Zabi refere ainda os incentivos e obrigações para as empresas para o recrutamento de pessoas com deficiência e multas se o salário pago não for o estabelecido. "Há definitivamente um esforço para apresentar programas originais”, conclui.

O ministro do Interior, Aly Ngouille Ndiaye, garante que as eleições vão decorrer de forma transparente e que é impossível haver fraude eleitoral. No entanto, na capital, Dacar, muitos residentes não estão convencidos. Há, por exemplo, queixas de atrasos na emissão de boletins de eleitor. "Algumas pessoas estão à espera há dois anos e ainda não receberam os seus cartões”, queixa-se um cidadão interrogado pela DW.

Falta de debate público

Senegal Wahl | Wahlkampf von Ousmane Sonko in Pikine, Unterstützer
A campanha eleitoral foi marcada por alguma violênciaFoto: Reuters/Z. Bensemra

100 observadores da União Europeia, da Noruega, da Suíça e do Canadá vão acompanhar as presidenciais no terreno. Os eleitores vão escolher conteúdos e não personalidades, considera a consultora de comunicação internacional Amy Sarr Fall: "Os cidadãos vão questionar-se: quem vai ajudar-me melhor a enfrentar o que me espera depois das eleições? Quem vai ajudar-me a manter o meu negócio eficiente, quem vai ajudar-me a sobreviver numa economia difícil e quem vai ajudar-me a manter o meu emprego?”

Além dos episódios de violência, a campanha fica também marcada pela ausência de um debate televisivo com os cinco candidatos – apesar dos inúmeros apelos dos senegaleses nas redes sociais e de uma petição da sociedade civil para a realização deste evento inédito no país. O Presidente cessante recusou participar e sem a presença de todos os candidatos, o Conselho Nacional de Regulamentação do Audiovisual decidiu que o debate não seria permitido.

 

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