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Eleito novo presidente do Parlamento de São Tomé e Príncipe

23 de novembro de 2018

Delfim Neves, deputado da oposição, vai chefiar o Parlamento de São Tomé e Príncipe. Em discurso, na presença do Presidente da República e sem o primeiro-ministro cessante, pediu "união" e "um projeto em nome do país".

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São Tomé and Príncipe | Neuer Parlamentspräsident Delfim Neves
Foto: DW/R. Graça

O vice-presidente do Partido da Convergência Democrata (PCD), Delfim Neves, na oposição, foi eleito nesta quinta-feira (22.11) presidente da Assembleia Nacional de São de São Tomé e Príncipe, no início dos trabalhos da 11ª legislatura, em que também foram empossados os 55 novos deputados para um mandato de quatro anos.

Esta foi a primeira sessão do novo Parlamento sem maiorias claras em São Tomé e Príncipe. No discurso proferido momentos depois da sua eleição, Delfim Neves prometeu trabalhar para a consolidação da democracia em São Tomé e Príncipe e no sentido de respeitar os tratados internacionais.

"Aos nossos parceiros de cooperação, podeis transmitir aos Governos e as organizações que representam, que os deputados que compõem este órgão na legislatura que hoje se inicia, os quais represento, tudo farão para que a democracia prevaleça e consolide em São Tomé e Príncipe, e que aos acordos de cooperação bem como os tratados internacionais rubricados entre legítimos Governos sejam igualmente respeitados", disse Delfim Neves no seu discurso de posse como líder do Parlamento.

O empresário concorreu ao cargo com o apoio do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), o segundo mais votado nas legislativas, elegendo 23 deputados. O maior partido da oposição e a coligação assinaram um acordo de incidência parlamentar, reclamando ter maioria absoluta, com 28 deputados, e pretende formar Governo.

São Tomé and Príncipe | Neuer Parlamentspräsident Delfim Neves
Evaristo Carvalho (esq.), Presidente da República, e Delfim Neves (dir.), presidente do ParlamentoFoto: DW/R. Graça

"Interesse do povo"

Perante os deputados, Delfim Neves disse que é preciso unir sinergias entre os atores políticos para minimizar o sofrimento do povo. "O país está praticamente parado, inoperante, e o povo já manifesta cansaço. É necessário que unamos todos em torno de um projeto em nome de São Tomé e Príncipe, colocando em primeiro lugar os interesses da nação, acima dos interesses particulares e de grupos".

Entretanto, o  primeiro-ministro cessante Patrice Trovoada, não esteve presente na cerimónia de tomada de posse dos novos deputados. Segundo várias fontes, Trovoada encontra-se ausente do país. Quem marcou a presença foi Presidente Evaristo Carvalho, que foi vaiado antes de entrar no Parlamento.

O chefe de Estado sublinhou que face ao novo cenário político no país,  as leis devem ser cumpridas no país. "Num estado de direito democrático, em particular nosso regime de Governo semipresidencialista, de pendor parlamentar, a Assembleia Nacional é o palco institucional do jogo democrático, onde verdadeiramente reside o poder do povo", disse Evaristo Carvalho.

Para os analistas, as entrelinhas do Evaristo de Carvalho podem ser interpretadas como quem avisa que, sem uma maioria, a Ação Democrática Independente (ADI), que venceu as eleições com maioria simples, não terá possibilidade de governar o país.

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Crise energética

O chefe de Estado de São Tomé aproveitou a oportunidade para sublinhar a necessidade de pôr cobro à prolongada crise energética que se vive no país há várias semanas.

"Não obstante, a sucessivas explicações sobre as suas eventuais causas, parece-me sensato e conveniente que seja encarrada a possibilidade de abertura de um inquérito para o apuramento cabal dos fatos", afirmou o Presidente são-tomense na cerimónia de posse dos 55 novos deputados do país.

São Tomé e Príncipe realizou eleições legislativas, autárquicas e regionais da ilha do Príncipe em 7 de outubro.

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