1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Nova onda de protestos pede renúncia do Presidente do Togo

Zipporah Nyambura | AFP | Reuters | EFE | Lusa | tms
8 de setembro de 2017

As manifestações começaram de forma pacífica, mas durante a noite de quinta-feira (07.09) a polícia usou bombas de gás para dispersar os manifestantes. Exigem o restabelecimento do limite de mandatos do Presidente.

https://p.dw.com/p/2jYUi
Foto: Getty Images/AFP/P. U. Ekpei

A população do Togo quer que o Presidente Faure Gnassingbé deixe o poder. Uma onda de protestos voltou a tomar conta do país na quinta-feira (07.09).

Já antes, na quarta-feira (06.09), centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas em diferentes cidades do Togo para protestar contra o Presidente. Na capital, Lomé, estima-se que, pelo menos, 100 mil togoleses protestaram. Os cidadãos acusam o governante de tentar perpetuar-se no poder.

Faure Gnassingbé Präsident Togo in Berlin Deutschland
Faure Gnassingbé, Presidente do TogoFoto: DW/K.Tiassou

Os protestos convocados pela oposição exigem que a Constituição original de 1992 seja respeitada, a fim de restringir a dois o número de mandatos do Presidente.

Isto evitaria uma possível reeleição de Faure Gnassingbé, que já está a cumprir o seu terceiro mandato, depois da morte de seu pai em 2005.

"Os cidadãos do Togo estão exasperados. Temos a sensação de que o regime não entende o que está a acontecer. Pedimos a reinstalação da Constituição original de 1992, mas fomos enganados. Agora o povo está a pedir a renúncia do Presidente", afirma Brigitte Johnson, presidente da coligação CAP 2015, que reúne cinco partidos da oposição.

Governo dá sinais de abertura

Devido aos protestos, que se repetem há semanas no país, o Conselho de Ministros aprovou, na última terça-feira (05.09), um projeto de lei para limitar os mandatos presidenciais. Uma medida que o Governo disse servir para "preservar a paz e a segurança" no Togo.

08.09.17 Protestos Togo - neu - MP3-Mono

Mas a decisão não agradou à oposição. "São mentiras. Já não estamos nesse estágio. Eles não nos vão arrastar num processo de negociação infinito, para sermos enganados novamente. Isto aconteceu durante 11 anos, mas agora basta", sublinha Brigitte Johnson, a presidente da CAP 2015.

Atualmente a situação no Togo é "tensa", avalia o especialista em África, Alex Vines, do instituto britânico Chatham House.

"Houve manifestações significativamente maiores em agosto e algumas delas foram violentas. Desta vez, os protestos parecem mais pacíficos, mas há tensões, em particular, nas ruas de Lomé, a capital do Togo", acrescenta Alex Vines. 

Angola Forum 2017 - Alex Vines
Alex Vines, investigador da Chatham HouseFoto: DW/M. Sampaio

No entanto, o especialista em África do instituto Chatham House, vê como um sinal positivo o projeto de lei que limita o número de mandatos do Presidente.

"O que aconteceu no Togo é significativo, porque isso significaria que todos os estados da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] respeitam basicamente o limite de dois mandatos presidenciais. Isto é estrategicamente importante para a África Ocidental, mas também é um importante precedente para todo o continente", conclui Alex Vines.