Namíbia assinala 30 anos de independência em prevenção
20 de março de 2020A data será assinalada com a tomada de posse do Presidente da República, Hage Geingob, que foi reconduzido no cargo em eleições realizadas a 27 de novembro de 2019.
Para evitar a propagação do novo coronavírus, as autoridades locais asseguram que as celebrações dos 30 anos de independência do país e a investidura do chefe de Estado eleito vão decorrer sob medidas restritivas.
Após 115 anos de administração colonial, com a Alemanha a ocupar o país durante 31 anos e mais anos ainda de domínio da África de Sul, a Namíbia tornou-se independente dos sul-africanos em 1990. O país situado na África Austral passou, entretanto, a ser um dos mais ricos e estáveis do continente.
Para quando a verdadeira reconciliação?
Em 1989, a advogada Bience Gawanas, defensora dos direitos humanos, estava detida num campo de refugiados no sul de Angola quando recebeu a notícia de que poderia voltar a casa. Agora, 30 anos depois da independência, sublinha a necessidade de uma verdadeira reconciliação.
"O facto de não termos tido algo parecido com um processo de reconciliação nacional não significa que o racismo não exista ou que o que aconteceu durante o exílio nos campos de refugiados da SWAPO não tivesse acontecido. Acho que essas coisas ainda estão a ferver", diz.
Trinta anos depois da ocupação alemã, alguns cidadãos da Alemanha ainda estão a viver na Namíbia. Wilfried Brock trabalha para o Governo namibiano e a sua família vive no país. "É uma questão de brancos que se identificam como namibianos. Mas cho que a comunidade branca não faz o suficiente para integrar-se na sociedade namibiana", reconhece.
Insatisfação entre as gerações mais velhas
Nas eleições de 2019, o Presidente Hage Geingob obteve apenas 56% dos votos, o mais baixo de sempre para um candidato da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO), O partido no poder.
Para a analista política Ndapwa Alweendo, o resultado eleitoral mostra uma certa insatisfação entre as gerações mais velhas e do pós-independência. "Os mais velhos acusam os mais de não serem gratos pelos sacrifícios feitos pelos mais velhos para a libertação do país", diz.
Até ao momento, o Presidente de Angola, João Lourenço, foi o único chefe de Estado dos PALOP a confirmar a sua presença na c.