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Polícia em alerta após assassinato de adolescente albino

Sitoi Lutxeque (Nampula)
21 de outubro de 2021

A polícia moçambicana deteve três indivíduos, que confessaram terem assassinado um adolescente com albinismo na província de Nampula. Ativista diz que este pode ser um entre muitos casos que ocorrem no silêncio.

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Zacarias Nacute, porta-voz da polícia moçambicana em NampulaFoto: S. Lutxeque/DW

As autoridades policiais na província moçambicana de Nampula apresentaram à imprensa, nesta quinta-feira (21.10), três indivíduos indiciados pelo rapto e assassinato de um jovem de 12 anos com albinismo, no distrito de Mecubúri.

O crime terá acontecido a 7 de outubro. Os assassinos foram detidos pela polícia na segunda-feira. Os indiciados são o primo da vítima, um amigo e um suposto intermediário que teria negociado a morte do adolescente para o tráfico de partes do corpo.

Zacarias Nacute, porta-voz da polícia moçambicana em Nampula, contou à DW África que o intuito "era a subtração das ossadas para fins de superstição. Trata-se de um caso de homicídio agravado, em termos de tipificação do crime", disse.

"A polícia está atenta"

Este não é um caso isolado na província. O fenómeno parece ter ressurgido nos últimos meses. Segundo Nacute, recentemente houve a ocorrência de um caso similar no distrito de Monapo, "que já foi devidamente esclarecido pelas autoridades".

Mosambik Polizei in Nampula
Suspeitos estão detidos nas celas do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em NampulaFoto: S. Lutxeque/DW

"Desta vez chamámos a imprensa para informar a população que a polícia está atenta a todos os delitos e que todos os casos que atentam contra a segurança e tranquilidade públicas e a vida das pessoas serão devidamente tratados pela PRM e responsabilizados os autores", assegurou.

Os indiciados confessaram o crime. Depois do adolescente ter sido sedado e assassinado, o corpo foi enterrado numa machamba do seu primo, enquanto se aguardava o suposto comprador para exumação e posterior pagamento.

Pedro Augusto, membro da Associação Amor à Vida, organização que defende os direitos das pessoas com albinismo em Nampula, entende que este pode ser apenas um de muitos outros casos que ocorrem no silêncio, sem que haja denúncias.

"Acredito que pode haver mais casos que não foram reportados. Nós, como pessoas com albinismo, andamos com medo e inseguros; não confiamos nas pessoas", afirmou.

O ativista exige a punição dos autores desses crimes.

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