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Moçambique: RENAMO é acusada de aliciar membros do MDM

28 de novembro de 2018

RENAMO acusada em Quelimane de aliciar membros do MDM a abandonarem o partido para se juntarem ao maior partido da oposição. Delegação do MDM na Zambézia confirma fuga de muitos membros, inclusive de chefes dos postos.

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Membros da RENAMO com a bandeira do partido durante a campanha eleitoral de 2014Foto: DW/J. Beck

Não foi revelado o número de membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a segunda maior força da oposição em Moçambique, que abandonaram o partido para se juntar à RENAMO, o maior partido da oposição, em Quelimane, capital da província central da Zambézia.

Desde o início da campanha eleitoral para as eleições autárquicas ocorridas a 10 de outubro, o MDM tem denunciado que a RENAMO está a aliciar os seus membros a mudar de partido.

Listano Evaristo, o delegado do MDM na Zambézia, aponta o dedo a Manuel de Araújo, edil de Quelimane, como o principal culpado por esta situação: "Temos informações que Manuel de Araújo está a incitar os membros do MDM nos bairros bem como no seio do próprio partido. Condenamos essa atitude de aliciar os membros do MDM para integrarem as fileiras da RENAMO."

O delegado do MDM denuncia que "isso está a acontecer nomeadamente nos bairros de Liberdade e Janeiro Manhaua, mas também em quase todos bairros da cidade de Quelimane."E Listano Evaristo afirma que também alguns chefes dos postos administrativos que pertenciam ao MDM decidiram formalmente abandonar a partido para se filiarem à RENAMO.

Moçambique: RENAMO é acusada de aliciar membros do MDM

"O que queremos dizer e deixar claro aos munícipes da cidade de Quelimane é que o MDM continua firme e para as pessoas não olhem as ações ou os planos que foram realizados na cidade de Quelimane como se fossem do edil Araújo. Ele, Araújo, fez esse trabalho porque era membro do MDM", lembra o delegado Listano Evaristo.

Visados desmentem

Mas alguns chefes dos postos Administrativos desmentem a informação de que têm sido aliciados para abandonarem o partido. Um deles é Emílio Assegura: "Se eu saí do MDM para RENAMO foi por causa da política que o MDM usou. Achei que devia ir para outro partido, não fui obrigado por Manuel de Araújo e não fui lá para conquistar emprego. Eu não fui para a RENAMO como chefe do posto, mas sim como membro."

Não foi possível contactar Manuel de Araújo, mas o porta-voz da RENAMO em Quelimane, Latifo Charifo, nega as acusações proferidas pelo Movimento Democrático de Moçambique.

"A função de um político é convencer as pessoas a pertencerem o seu partido. Agora, se o MDM não tem essa capacidade eu não posso dizer nada", entende Latifo Charifo.

E o porta-voz da RENAMO em Quelimane assegura: "Não estamos a coagir ninguém. Se o MDM está a desmoronar-se e não consegue segurar os seus membros não podem agora vir acusar os outros partidos de estarem a aliciar as pessoas a mudarem de partido."

Decisão sobre perda de mandato de Araújo é problema

Manuel de Araújo
Manuel de Araújo, edil de Quelimane, filiado à RENAMOFoto: DW/M. Muéia

Entretanto, a capital da Zambézia vive atualmente um ambiente político turbulento, segundo vários observadores. Recentemente, a FRELIMO, o partido no poder, e o MDM uniram-se para dizer que a cidade de Quelimane está abandonada porque o Conselho Constitucional e o Tribunal Administrativo não estão a dar resposta convincente sobre a perda de mandato do edil Manuel de Araújo.

Rijone Bombino é membro da FRELIMO e disse à DW África que "foi declarada a perda de mandato de Manuel Araújo em agosto e até hoje essa perda de mandato não foi efetivada na prática. Sobre este assunto a lei é clara e portanto tem que ser respeitada."

E o membro da FRELIMO distancia-se de qualquer responsabilidade no caso: "Se a decisão não vale não sou eu quem deverá dizer se continuamos a realizar o nosso trabalho normalmente como órgão deliberativo da Assembleia Municipal."

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