Moçambique: Desalojados das cheias insatifeitos com auxílio
22 de fevereiro de 2023O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos e Desastres (INGD) interditou a estadia nos locais propensos a inundações, colocando placas de sinalização.
Mas os moradores não aceitam a proibição das autoridades e dizem querer voltar para casa, como disse o residente Raimundo Saimon à DW África. "Se tivéssemos a possibilidade, iríamos", afirma, para explicar que o problema é que na sua terra tinha uma casa de chapa à disposição, mas está destruída.
A população resgatada no distrito de Caumaba, no Niassa, rejeita os centros de reassentamento de Njato e João criados pelo Governo. Alegam que as casas ficam "longe" e não apresentam condições de vida adequadas.
Faltam condições sanitárias nos reassentamentos
Fátima Alina, também vítima das intempéries, é da opinião que o Governo deve criar sobretudo condições sanitárias e garantir os serviços básicos para o bem-estar da população afetada pelas cheias.
"O Governo tem de nos indemnizar, fazer casas, não é só dar o terreno. Nós vamos abandonar casa de chapas e dormir na casa de matope?", pergunta indignada. "Não vamos conseguir nem dormir na escuridão, porque vamos ficar muitos meses sem corrente elétrica", remata.
Entretanto, as autoridades disponibilizaram kits de abrigo e assistência alimentar. A governadora da província de Niassa, Judite Massengele, pediu às famílias desalojadas que aceitassem os locais de reassentamento e prometeu uma melhoria das condições.
Massengele alertou ainda que os populares devem construir as suas habitações em zonas seguras que não apresentem risco de vida.
"Nós ajudamos vocês e vocês ajudam-nos a nós", disse a governante, acrescentando ser necessário que a população abandone a zona baixa ao leito do rio, "porque quando enche, a água atinge as casas".