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DesastresMoçambique

Moçambique: Desalojados das cheias insatifeitos com auxílio

Conceição Matende
22 de fevereiro de 2023

Mais de duzentas famílias do distrito de Cuamba, na província moçambicana de Niassa, viram as suas casas inundadas devido às chuvas intensas.

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Cheias em Moçambique
Foto: ALFREDO ZUNIGA/AFP

O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos e Desastres (INGD) interditou a estadia nos locais propensos a inundações, colocando placas de sinalização.

Mas os moradores não aceitam a proibição das autoridades e dizem querer voltar para casa, como disse o residente Raimundo Saimon à DW África. "Se tivéssemos a possibilidade, iríamos", afirma, para explicar que o problema é que na sua terra tinha uma casa de chapa à disposição, mas está destruída.

A população resgatada no distrito de Caumaba, no Niassa, rejeita os centros de reassentamento de Njato e João criados pelo Governo. Alegam que as casas ficam "longe" e não apresentam condições de vida adequadas.

Desalojados das cehias em Niassa
Os desalojados criticam a ajuda do GovernoFoto: Conceição Matende/DW

Faltam condições sanitárias nos reassentamentos

Fátima Alina, também vítima das intempéries, é da opinião que o Governo deve criar sobretudo condições sanitárias e garantir os serviços básicos para o bem-estar da população afetada pelas cheias.

"O Governo tem de nos indemnizar, fazer casas, não é só dar o terreno. Nós vamos abandonar casa de chapas e dormir na casa de matope?", pergunta indignada. "Não vamos conseguir nem dormir na escuridão, porque vamos ficar muitos meses sem corrente elétrica", remata.

A governadora de Niassa (com colete) Judite Massengele
A governadora de Niassa (com colete) Judite MassengeleFoto: Conceição Matende/DW

Entretanto, as autoridades disponibilizaram kits de abrigo e assistência alimentar. A governadora da província de Niassa, Judite Massengele, pediu às famílias desalojadas que aceitassem os locais de reassentamento e prometeu uma melhoria das condições.

Massengele alertou ainda que os populares devem construir as suas habitações em zonas seguras que não apresentem risco de vida.

"Nós ajudamos vocês e vocês ajudam-nos a nós", disse a governante, acrescentando ser necessário que a população abandone a zona baixa ao leito do rio, "porque quando enche, a água atinge as casas".