Moçambique: Conselho Superior repudia agressão a jornalistas
17 de outubro de 2023"Registámos um pouco por todo o país, com enorme preocupação, a agressão a jornalistas, o impedimento ao livre exercício da profissão e a destruição de alguns equipamentos. O Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS) repudia veementemente estas atitudes, quer sejam praticadas por indivíduos e instituições, quer por partidos políticos", refere-se num comunicado desta entidade estatal.
No âmbito do atual processo eleitoral, os partidos políticos devem abster-se de transformar os órgãos de comunicação social num campo de batalha política e de manipularem a imprensa, prossegue-se na nota.
"O CSCS apela aos jornalistas para que não se deixem manipular por agendas estranhas ao jornalismo e assumam as suas responsabilidades de exercer a sua atividade profissional com rigor e objetividade, assim como produzir uma informação completa e objetiva", avança-se no comunicado.
Descrevendo o atual momento como "particularmente de tensão", o CSCS enaltece o papel dos jornalistas na cobertura das eleições autárquicas do dia 11 deste mês.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.
Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) nos últimos dias sobre 50 autarquias, a FRELIMO venceu em 49 e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Beira.
Hoje, o consórcio "Mais Integridade", coligação de organizações não-governamentais moçambicanas, acusou a FRELIMO de ter manipulado os resultados das eleições autárquicas do dia 11, protagonizando "um nível elevado de fraude".
Em contestação aos resultados, a RENAMO, principal partido de oposição, convocou manifestações nacionais, a partir de hoje. Protestos estão em curso em muitas cidades do país.