Moçambique: BAD dá consultoria ao projeto de Mphanda Nkuwa
25 de maio de 2022"Este passo que estamos a dar é a resposta ideal" à questão da "nossa visão sobre a transição para energias limpas", disse o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na cerimónia de assinatura do acordo, à margem dos encontros anuais do BAD, a decorrer em Acra até sexta-feira (27.05).
Mphanda Nkuwa, que se poderá tornar na segunda maior barragem de produção de eletricidade de Moçambique, depois de Cahora Bassa, é um projeto orçado em 4,5 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros).
Prevê a construção de uma central elétrica na província moçambicana de Tete, centro do país, e uma linha de transmissão de alta tensão com uma extensão de 1.300 quilómetros, até à província de Maputo, sul.
O Governo espera conseguir concretizar o projeto por forma a entrar em funcionamento em 2031 para alimentar o mercado doméstico e a África Austral.
Nyusi explicou a necessidade de construir esta nova hidroelétrica - apesar dos protestos - argumentando que Cahora Bassa "já não é suficiente porque o mercado da energia na África austral é enorme". "Quero assegurar a África e ao mundo inteiro que Moçambique vai contribuir para energias limpas, na verdade até mais do que aqueles que falam", disse o chefe de Estado moçambicano.
Lembrou que Moçambique está a construir uma central de gás de 450 MW, sublinhando que o gás "é mesmo uma energia de transição, que vai fabricar dinheiro" para depois se investir noutras fontes de energia. "Estamos a construir uma linha - chamamos-lhe uma coluna vertebral - que vai ligar o norte ao sul, numa distância de 2.000 quilómetros. Estas energias limpas serão transmitidas por estas linhas", acrescentou.
Lembrando ainda a construção das centrais de energia solar de Mocuba e Metoro, de 40 MW cada, Nyusi disse que Moçambique está a "trabalhar para construir energia limpa no mundo".
Na sua intervenção, o Presidente do BAD, Akinwumi Adesina, prometeu que o banco irá garantir que a hidroelétrica funciona. "O seu país tem 2.700 MW de eletricidade, mas n é suficiente. Este projeto vai permitir mais 1.500 MW", disse o banqueiro.
O acordo foi assinado pelo diretor do Gabinete de Implementação do Projeto Hidroelétrico de Mphanda Nkuwa, Carlos Yum, e pelo vice-presidente do BAD para Energia, Clima Energético e Crescimento Verde, Kevin Kariuki.
Já em meados deste mês o projeto moçambicano passou a contar com o apoio da Corporação Financeira Internacional (IFC, sigla inglesa), instituição do Banco Mundial, que vai ajudar a rever o projeto técnico, a viabilidade ambiental, estruturação comercial e financeira.