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Mototaxistas: "Governo não cede, mas mostrou flexibilidade"

14 de setembro de 2023

A União dos Mototaxistas de Angola cancelou a sua participação na manifestação de sábado para contestar as restrições à circulação anunciadas pelo governo de Luanda. Mas a marcha "poderá realizar-se na mesma", diz a UMA.

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Foto: Adilson Abel Liapupula/DW

O braço de ferro entre o governo de Luanda e os mototaxistas prossegue depois do anúncio de medidas restritivas para aumentar a segurança rodoviária nas estradas da província.

O executivo provincial proibiu a circulação de veículos ciclomotores, motociclos, triciclos, quadriciclos e camiões nas principais artérias. Mas os mototaxistas estão preocupados com o seu ganha-pão e exigem a nulidade das medidas.

Em entrevista à DW África, o presidente da União dos Mototaxistas de Angola (UMA), Augusto Mateus, mostra-se esperançoso numa solução durante o diálogo com o governo provincial. Ainda assim, o responsável diz que, para já, o governo "não cede nas questões mais importantes".

DW África: A União dos Mototaxistas de Angola (UMA) reuniu ontem à tarde com o Governo. O que saiu desse encontro?

Augusto Mateus (AM): Continua o braço de ferro entre nós, as associações, e o governo provincial. O governo recebeu as nossas sugestões, mas não cede nas questões mais importantes. Nós queríamos a substituição da medida que limita ou proíbe a circulação dos mototaxistas nestes pontos. O governo não aceita substituir esta medida por outras, mas vamos continuar a fazer sugestões.

DW África: Não está em cima da mesa a nulidade da medida como tinha sido proposto?

AM: Claramente. Não há qualquer posição de nulidade desta medida.

Angola Moto Taxis warten auf Benzin Cunene
Governo provincial de Luanda proibiu a circulação de mototaxistas nas principais artérias. A medida foi suspensa por três meses enquanto decorrem as negociações com os mototaxistasFoto: Adolfo Guerra/DW

DW África: Posto isto, o que é que as associações pensam em fazer?

AM: Angola conta com duas associações da classe de mototaxistas. A nossa, que é a União dos Mototaxistas de Angola (UMA Angola), tem uma posição diferente da outra associação. Neste sentido, fica mais difícil lutarmos pelo objetivo comum de salvaguardar os interesses dos mototaxistas.

DW África: A UMA Angola tinha falado em greve, mas a outra associação rejeitou essa proposta enquanto as negociações decorrem. A manifestação deste sábado ainda está de pé?

AM: Apesar de não termos convencido o Governo a anular as medidas impostas, há questões que não serão completamente realizadas tal como o executivo anunciou. Por exemplo, a circulação em zonas urbanas como Talatona e Nova Vida está proibida, mas registámos uma pequena flexibilidade [da parte do governo], indicando que a circulação nesses pontos poderá continuar. Sendo assim, temos esperança de que mais algumas propostas sejam aceites. Da parte da UMA Angola, fica cancelada a marcha de sábado. Mas atenção: a marcha poderá realizar-se na mesma, porque a UMA Angola não é a única mandatária desta manifestação. Poderá haver outros grupos a darem seguimento ao protesto.

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