Moradores de Quilenda esperam e desesperam por água potável

A obra de requalificação da Estação de Tratamento de Água (ETA), avaliada em cerca de 422 mil euros, está por terminar há mais de dois anos.

José Smith, professor e habitante local, está preocupado com a falta de alternativas na região. "Se olharmos bem para a placa da obra, tem a duração de seis meses e já passam dois anos desde que as obras da ETA arrancaram, isso mostra que não há seriedade da parte do governo", lamenta.

"A água é o principal bem para quem vive e estamos preocupados porque quando a chuva terminar, não sabemos como vamos fazer para ter água. Nós consumimos água das chuvas", conta o morador à DW.

Benjamim Segunda, outro habitante local, considera que não é água que falta na região, mas sim políticas públicas viradas para o setor. "Quilenda não tem falta de água, o que existe é falta de politicas públicas ligadas à distribuição de água. Na vila, algumas torneiras jorram água, mas em menor quantidade e qualidade. Temos fé que a água chegue para todos", afirma.

Administração promete melhorias

A administradora municipal Elizabeth Gonçalves admite que as preocupações dos munícipes da Quilenda são legítimas, mas avança que há uma carteira de projetos cuja implementação trará benefícios para as populações.

"Nós temos vários problemas, mas o que mais me preocupa é questão da água, porque água é vida. Mas estamos calmos porque muitos destes projetos estão inscritos na carteira do PIIM [Plano Integrado de Intervenção nos Municípios] e outros de combate à pobreza, temos esperança que se vai resolver", diz.

Consumir água não tratada pode ter consequências sérias para saúde e causar doenças graves como cólera ou a disenteria bacteriana, por exemplo.

O diretor-geral do Hospital da Quilenda, Rui Nelson, deixa o alerta: "Temos dificuldades de água aqui na Quilenda, a sistosomiase aparece em casos repetidos aqui no nosso hospital, também casos de má alimentação e outros casos que afetam os intestinos dos pacientes."

Aos habitantes do município da Quilenda, resta aguardar pela implementação dos projetos governamentais que deverão levar a água potável à população, embora essa espera possa representar graves consequências para a saúde pública.