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Moçambique: Governo prepara mais investimento em gás natural

26 de abril de 2018

6ª Conferência sobre Minas, Energia e Gás natural terminou esta quinta-feira (26.04). Governo anunciou que contratos para financiamento da exploração de gás natural na bacia do Rovuma estão em fase avançada.

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Foto: ENI East

O Governo de Moçambique e a empresa petrolífera norte-americana Anadarko estão perto de fechar contratos de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, no norte do país. Mas os grandes investimentos só poderão avançar quando esses contratos estiverem finalizados, sublinhou o Executivo.

O vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando, não falou em prazos para assinar os contratos com a multinacional, mas deixou a garantia de que tudo estava a andar bem.

 "Estamos neste momento a finalizar a questão dos contratos e com base neles passaremos para a fase de financiamento", explicou Augusto Fernando.

Moçambique: Governo prepara mais investimento em gás natural

O Executivo moçambicano disse que está igualmente a trabalhar na finalização da legislação que visa definir os requisitos para o financiamento.

 "O governo tem vindo a aprimorar a legislação nacional, visando adequá-la cada vez mais a esses objetivos, por um lado, enquanto também aprimoramos o ambiente dos investimentos do setor",  acrescentou o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia.

Os especialistas na área do gás defendem maiores investimentos neste setor, pois o país tem um défice muito grande de energia.

O especialista Eduardo André refere que o acordo que está a ser finalizado com a Anadarko é crucial porque considera que o Governo não tem capacidade para o financiamento público direto.

"O que é recomendável é estudar a possibilidade de trazer investidores que se possam associar aos empresários privados moçambicanos e com o estado", sugere Eduardo André.

Gás natural ganha importância

A Anadarko lidera o consórcio da Área 1 de exploração de gás natural no norte de Moçambique, o maior investimento da história do país. O especialista entende que os acordos de financiamento que deverão ser selados entre a multinacional norte-americana e o executivo de moçambicano vão trazer vantagens ao país.

Ponte da Unidade - Grenze zwischen Mosambik und Tansania
Ponte da Unidade na província de Cabo Delgado (norte de Moçambique)Foto: DW/Estácio Valoi

"São investimentos de um nível muito alto que ultrapassam capacidades de um empresário moçambicano. E seria um valor adicional para a produção de energia e para o consumo direto de gás", justifica.

O Governo moçambicano também vincou a importância do uso do gás natural, pois este recurso está a reduzir substancialmente o consumo de energia a partir de fontes hídricas. Nos últimos sete anos, o país reduziu de 500 para 200 megawatts a produção de energia hídrica, como explica o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando.

 "O gás natural está a ter um impacto significativo na matriz energética do país, pois se, em 2012, a energia em Moçambique era 100 por cento na base hídrica, hoje o cenário mudou substancialmente onde a energia hídrica representa 70 por cento e os restantes 30 por cento são assegurados pela produção de energia à base de gás natural, garantido desta forma a diversificação da matriz energética do nosso país".