MDM exige divulgação da lista dos beneficiários do subsídios
16 de julho de 2022O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Lutero Simango responsabilizou neste sábado (16.07), o Governo moçambicano pelo elevado custo de vida no país, que diz ser provocado não só pela guerra na Ucrânia, mas também pela "corrupção generalizada, má governação e falta de políticas públicas voltas à população".
Simango discursava na abertura da primeira sessão da Comissão Política do segundo maior partido da oposição moçambicana, que decorre na cidade de Maputo.
A crise social que assola Moçambique acelerada pela subida dos preços de bens essenciais e as críticas ao Governo da FRELIMO dormiram o discurso de Lutero Simango.
"É notório que os moçambicanos de todos estratos sociais a escala nacional, com exceção da elite ligado ao poder, estão sufocados com a governação e das práticas discriminatórias do Governo”, afirmou.
Este modelo de governação, segundo Simango, mina “o ambiente conducente ao diálogo construtivo com a sociedade”.
A reunião da Comissão Política do MDM acontece poucos dias depois de algumas cidades moçambicanas terem sido afetadaspor uma manifestação, convocada através das redes sociais. Os protestos tinham como objetivo contestar o elevado custo de vida e falta de soluções para mitigar o sofrimento dos moçambicanos, segundo os organizadores.
Numa clara alusão à manifestação de quinta-feira (14.07), Simango diz que o povo está saturado e perdeu a confiança no Governo.
“Cabe ao Governo fazer a leitura dos momentos e mudar de atitudes. Caso contrário, o poder será exercido na praça pública”, sublinha Simango.
Para o MDM, o Governo moçambicano se tem negado adoptar medidas económicas e fiscais acertadas, para aliviar o custo devida em todo território nacional.
O Governo moçambicano anunciou há dias, um subsídio aos transportadores, para fazer face ao alto custo dos combustíveis no país, orçado em cerca de 50 milhões de dólares.
O Presidente do MDM entende que este valor “visa alimentar a teia de corrupção e o clientelismo político”.
“Desafiamos o Governo para publicar a lista nominal dos beneficiários destes subsídios. E qual será o impacto destes subsídios na vida diária das mães que usam gás doméstico para confeccionar alimentos para suas famílias”, indicou Simango.
Para aquela formação política, com assento parlamentar no país, a única forma de mitigar o impacto da subida do preço do combustível para os 30 milhões de moçambicanos, é reduzir o IVA e os impostos e as taxas em cascata na comercialização do combustível.