Mauritânia vai às urnas nas eleições legislativas e locais
1 de setembro de 2018A Mauritânia vota este sábado (01.09) nas eleições legislativas, regionais e locais que testarão a influência do chefe de Estado Mohamed Ould Abdel Aziz, sete meses antes da votação presidencial.
Os militares votaram um dia antes para trabalhar na segurança durante as eleições deste sábado. Cerca de 1,4 milhões de eleitores foram chamados às urnas.
A votação começou às 7h da manhã locais. Na capital Nouakchott, vários eleitores foram enviados a diferentes assembleias de voto devido a mudanças de última hora, informou a agência de notícias France Press (AFP).
Depois de votar, o Presidente Mohamed Ould Abdel Aziz elogiou a "natureza pacífica e democrática" da votação. Mas uma figura da oposição, Mohamed Ould Moloud, denunciou obstáculos logísticos e insinua que o resultado eleitoral pode ser fraudado.
"Há eleitores que foram mal direcionados e não sabem onde votar", disse ele, acrescentando que "há sinais sérios de uma possível fraude".
A oposição boicotou as últimas eleições, em 2013, mas um recorde de 98 partidos está participando desta vez. A votação termina às 19h locais e os resultados não esperados até meados da próxima semana. Não há observadores internacionais. Uma possível segunda volta pode ocorrer a 15 de setembro.
Favoritos
Nestas eleições, a União para o Partido Republicano é a principal candidata, mas desta vez enfrentará o Fórum Nacional pela Democracia e Unidade, uma coligação de 11 partidos da oposição, e a União pelas Forças Democráticas, que boicotaram as eleições anteriores.
Espera-se que os partidos pró-governo conquistem a maioria dos assentos porque têm forte presença em todos os distritos eleitorais, ao contrário da oposição, que foi enfraquecida por anos de boicote. Os independentes não podem correr.
Este é a primeira vez que os conselhos regionais são eleitos no país. Eles substituem o Senado, que foi abolido em um referendo contestado no ano passado. As eleições deste sábado são vistas como uma janela para o desenrolar da eleição presidencial do ano que vem.
Presidenciais logo à frente
Aziz, 61 anos, que chegou ao poder em um golpe em 2008, venceu as eleições em 2009 e novamente em 2014 para um segundo mandato de cinco anos. E tem sido frequentemente acusado por figuras da oposição e organizações não governamentais de abusos de direitos, incluindo a prisão de um ex-senador e a detenção "secreta" de um ativista da internet.
Aziz diz que não tentará um terceiro mandato, o que seria contra a Constituição, mas declarações de ministros e apoiantes levantaram suspeitas de que o Presidente tentaria se perpetuar no poder.