Mariano Nhongo volta a fazer ameaças
8 de abril de 2021"Se o Governo não quer negociar com a 'Junta Militar' não vai governar em seis províncias. Se conseguir governar, vai governar à força, mas terá sempre consequências", disse esta quinta-feira (08.04) à comunicação social Mariano Nhongo, falando por telefone a partir de um ponto incerto no centro de Moçambique.
A "Junta Militar", um grupo dissidente do principal partido da oposição chefiado por Nhongo, contesta a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz, sendo apontada pelas autoridades como a responsável pelos ataques armados no centro do país que já mataram, pelo menos, 30 pessoas desde 2019.
Segundo Nhongo, o documento contendo as exigências para reintegração dos seus guerrilheiros foi enviado ao Governo e ao grupo de contacto das negociações de paz em 02 de outubro do ano passado.
"Se o Governo continuar no silêncio, chegará o tempo em que anunciaremos ao mundo sobre quando vamos iniciar com as nossas ações. Eu não estou a fazer nada porque estou à espera da resposta do Governo", referiu Nhongo.
Nos últimos meses, vários membros influentes do grupo abandonaram as matas e juntaram-se ao processo de paz, mas o seu líder mantém as revindicações, acusando os desertores de traição.
"Se continuar a ouvir os traidores, o Governo estará a queimar tempo", frisou o antigo líder de guerrilha da RENAMO.