Polícia investiga tentativa de rapto de jornalista em Maputo
2 de janeiro de 2020"[Os autores] são aproveitadores que querem criar agitação e confundir as pessoas", disse Bernardino Rafael, citado hoje pela publicação digital Canal Moz, pertencente ao jornal Canal de Moçambique.
O comandante geral da polícia, que falava durante uma visita à clínica onde o jornalista moçambicano esteve internado, afirmou ainda que a corporação está a trabalhar para o esclarecimento do caso.
A tentativa de rapto ocorreu pelas 13:00 locais de terça-feira (31.01) no bairro do Alto Maé, atrás do Estado Maior General, quase no centro da capital moçambicana, disse à Lusa fonte do jornal.
O grupo, que se fazia transportar numa viatura de marca Toyota Corola, estava armado e trazia também tacos de beisebol e de golfe, e terá seguido Matias Guente por algum tempo, tendo posteriormente tentado obrigar o jornalista a entrar no seu veículo.
Matias Guente resistiu, foi agredido e fugiu para uma oficina na zona, tendo as pessoas que estavam a passar notado e começado a gritar por ajuda, levando o grupo a fugir.
Segundo o Canal Moz, além de Bernardino Rafael, um grupo de agentes do Serviço de Investigação Criminal (Sernic) esteve na clínica onde Matias Guente foi assistido para colher o seu depoimento.
"Várias personalidades, desde jornalistas, membros da sociedade civil, académicos, empresários e políticos deslocaram-se à clínica para prestar solidariedade. Regra geral, todos sublinharam a convicção de se tratar de mais uma ação dos habituais esquadrões, um crime com motivações políticas, devido aos posicionamentos do jornal e do próprio jornalista", conclui a publicação do jornal.
Matias Guente sofreu ferimentos nos braços, mas está fora de perigo, tendo já deixado a clínica onde esteve internado.