1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Manica promove reintegração laboral de deslocados

Bernardo Jequete (Manica)
20 de abril de 2022

Após cursos profissionalizantes, deslocados moçambicanos reassentados em Manica sonham com um futuro promissor. Alguns já estão a praticar o que aprenderam e espera-se que sejam também multiplicadores de conhecimento.

https://p.dw.com/p/4A8u4
Após o curso, Geraldo Bogaio trabalha agora na construção civil
Após o curso, Geraldo Bogaio trabalha agora na construção civilFoto: Bernardo Jequete/DW

Alguns deslocados moçambicanos acomodados nos distritos de Gondola, Vanduzi e Chimoio frequentaram cursos profissionalizantes nas regiões de reassentamento. Entre os participantes, alguns são oriundos de Cabo Delgado, norte de Moçambique, outros fugiram do conflito político-militar na região centro.

Panganai Celestino, um dos deslocados capacitados na área da construção civil, diz ter aprendido o suficiente. Agora, tem estado a praticar os conhecimentos adquiridos na sua comunidade e noutros locais da província de Manica, construindo casas e outros empreendimentos.

"Aprendi muita coisa sobre a construção civil. Isso serve de uma ponte para a minha vida e vou abraçar [o empreendedorismo]", avalia Celestino.

Aos jovens que não tiveram essas oportunidades, dizer que tenham esperança que as próximas oportunidades serão deles também", aconselha o jovem empreendedor.

Geraldo Bogaio, outro deslocado, também está satisfeito com o curso profissionalizante que frequentou, pois irá ajudá-lo muito a reerguer-se no dia-a-dia.

"É bom para nós no futuro, [pois iremos] ajudar a população porque o projeto incide mais para as pessoas vulneráveis", considera.

"Iniciamos, com o projeto no mês de setembro de 2021. É um bom projeto, estou satisfeito. Nós não tínhamos conhecimentos [na área de construção]", revela.

Arlindo Ngozo, edil de Gondola
Arlindo Ngozo, edil de GondolaFoto: Bernardo Jequete/DW

Promover o auto-emprego

O presidente da vila municipal de Gondola, Arlindo Ngozo, diz que a capacitação vai ajudar os deslocados, que assim podem avançar para o auto-emprego e sair da penúria em que se encontram.

Ngozo disse ainda que com os cursos profissionalizantes, os deslocados já fazem várias atividades sociais nas comunidades. Por isso, defende que estas iniciativas estendam-se a todos os cantos onde existam deslocados, para que possam recomeçar as suas vidas e esquecer o trauma da guerra.

"A visão é inclusiva. A experiência que vão adquirindo, vão também transmitir para outros deslocados dentro do bairro. A mensagem que nós temos é de conforto e de dar muita força aos jovens que já começam a fazer a sua história", considera.

"Devemos aproveitar ao máximo estas oportunidades e pautarmos pelo empreendedorismo", conclui o edil de Gondola.

Cabo Delgado: Associação ajuda deslocados com HIV/SIDA