Mali: Golpistas autorizam CEDEAO a visitar Presidente detido
26 de maio de 2021A visita está marcada para esta quarta-feira (26.05) e foi decidida após a reunião do mediador da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no Mali, o ex-Presidente nigeriano Goodluck Jonathan, com o comandante dos líderes golpistas e vice-Presidente transitório, coronel Assimi Goita.
Na segunda-feira (24.05), a CEDEAO condenou o golpe em um comunicado conjunto com a Comissão da União Africana (UA) e pediu que os militares regressassem aos seus quartéis.
A nota também pedia a libertação "imediata e incondicional" de Bah Ndaw e do seu primeiro-ministro, Moctar Ouané, bem como dos seus colaboradores, e convidou todas as partes do Mali a optarem pelo "espírito de diálogo e responsabilidade" para resolver os mal-entendidos.
Ontem, o coronel Assimi Goita confirmou o golpe e anunciou que tinha destituído seu superior, o Presidente Ndaw, assim como o primeiro-ministro Ouané, mas garantiu que "o processo de transição está decorrendo normalmente" e que haverá eleições em 2022.
Essa transição foi iniciada após o golpe anterior, em agosto de 2020, que derrubou o então presidente Ibrahim Boubacar Keita.
Reunião de emergência
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai reunir-se esta quarta-feira (26.05), de forma virtual, para discutir a situação no Mali, anunciou a organização na terça-feira (25.05).
A sessão de emergência foi solicitada à presidência chinesa do Conselho de Segurança pela França, Níger, Tunísia, Quénia e São Vicente e Granadinas, Estados-membros do órgão da ONU.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, anunciou na terça-feira que a França pediu uma reunião de emergência na ONU, após o golpe de Estado no Mali, para discutir "a grave situação" do país.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou, na terça-feira, à "calma" no Mali e pediu a "libertação incondicional" dos seus líderes civis.
"Estou profundamente preocupado com as notícias da detenção de líderes civis [encarregados] da transição no Mali", escreveu Guterres numa mensagem na rede social Twitter.
A missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), a União Africana, os Estados Unidos da América, Reino Unido e Alemanha condenaram também a tentativa de golpe de Estado.