1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Malawi: Presidente Chakwera declara guerra à corrupção

Lusa
1 de julho de 2020

O novo Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, ordenou a dissolução dos conselhos de administração de mais de metade das cem instituições e empresas públicas suspeitas de má gestão ou corrupção.

https://p.dw.com/p/3ef0w
Foto: picture-alliance/AP/T. Chikondi

"Recebi relatórios sobre a situação das instituições estatais que irão alimentar as decisões que irei tomar para garantir que estas instituições tenham os meios para pôr fim às anomalias e más práticas em curso", anunciou Lazarus Chakwera na terça-feira à noite (30.06).

Um total de 60 entidades públicas são alvo da medida presidencial, incluindo empresas petrolíferas e de eletricidade, universidades e a empresa de radiodifusão.

"O Presidente quer assegurar que todos respeitam a lei e as boas práticas de governação", disse o seu porta-voz, Sean Kampondeni, citado pela agência France-Presse.

Chakwera, o líder do principal partido da oposição, ganhou as contestadas eleições presidenciais em 23 de junho, com 58,5% dos votos, à frente do Presidente cessante, Peter Mutharika.

O escrutínio foi realizado após a anulação da reeleição do Mutharika no ano passado com base em fraude eleitoral.

Nomeações para apoiantes

O novo chefe de Estado fez campanha denunciando a corrupção do antigo regime e a situação de bancarrota em que se encontra o país.

Malawi quer travar tradição de atirar dinheiro

Segundo o analista e diretor do Institute for Policy Research & Social Empowerment (IPRSE) do Malawi, Henry Chingaipe, o ex-Presidente Mutharika concedeu a liderança das empresas estatais a muitos apoiantes do seu partido como recompensa pelo seu apoio político.

"A maioria das nomeações foram feitas sem ter em conta o mérito. Foi um sistema de patrocínio concebido para assegurar a sustentabilidade do seu regime", adiantou.

"Novas nomeações terão de mostrar que estas empresas serão agora geridas de acordo com a lei", reforçou.

Na mesma linha, a presidência anunciou também a suspensão dos contratos públicos "a fim de verificar que não alimentaram a corrupção e que foram adjudicados de acordo com as regras".

Mutharika tinha sido acusado, em 2018, de receber 195 mil dólares (cerca de 173 mil euros) em subornos de uma empresa que tinha ganho um contrato com o Governo, mas nunca foi formalmente acusado.

Na terça-feira, o parlamento do Malawi aprovou um orçamento provisório que prevê um aumento do salário mínimo mensal de 35.000 para 50.000 kwachas (de cerca de 40 para 62 euros).