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Malawi apela aos cidadãos para pararem de destruir dinheiro

Mirriam Kaliza
7 de janeiro de 2018

Todos os anos são desperdiçados mais de 12 mil milhões de kwachas, aproximadamente 400 mil euros, pelos cidadãos do Malawi. Banco Central do país lançou campanha para pôr um ponto final no problema.

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Foto: Reuters/M. Hutchings

Uma simples cerimónia de casamento pode custar muito dinheiro ao Banco Central do Malawi. Isto porque, tradicionalmente, os malauianos têm o hábito de espalhar dinheiro pelo chão em eventos como casamentos para desejar riqueza e felicidade aos noivos. O dinheiro atirado ao chão é pisado, rasgado e destruído.

Este dinheiro, posteriormente, é depositado em bancos comerciais que, após a sua verificação e validação, o devolve ao Banco de Reservas do Malawi para que se proceda à reposição das cédulas danificadas.

Todo este processo é muito caro e segundo o governador do Bando de Reservas, Dalitso Kabambe, a economia não consegue suportar este valor: "É um custo de pelo menos 12 mil milhões de Kwachas todos os anos para trocar as cédulas danificadas. É muito dinheiro para o país e para a economia", assevera.

Malawi Banknoten
Em 2018 a destruição de dinheiro poderá ser punida por lei no MalawiFoto: picture-alliance/dpa/F. May

Infratores serão punidos

Dalitso Kabambe pede aos malauianos que acabem com essa tradição e que passem a utilizar as transações eletrónicas. O governador do Banco de Reservas alerta que por vezes o dinheiro dura apenas três meses em circulação antes de ser substituído por estar danificado. O responsável espera que até 2018 a destruição do dinheiro seja erradicada.

"Vamos fazer uma campanha global para informar a nação. É uma ofensa continuarem a destruir as notas do Malawi e, na verdade, no próximo ano, se isso continuar, tentaremos processar [os infratores] de acordo com as nossas leis", alerta o governador do Banco de Reservas.

Notas fracas

No entanto, a população culpa o Banco de Reservas, alegando o facto de as notas não serem de boa qualidade nem durarem tanto tempo quanto a de outros países.

Um habitante da capital Lilongwe, de nome Ntchindo Meki, dá razão ao banco, afirmando que os malauianos devem proteger a moeda. Ainda assim, o cidadão reconhece que a prática da destruição do dinheiro está enraizada na cultura do país.

Dessa forma, Ntchindo Meki apela ao Banco de Reservas para que intensifique os esforços de consciencialização da população. "Sugiro que continuem a sensibilização da população para haver mudanças a longo prazo", diz.

Para a campanha de consciencialização, o Banco de Reservas do Malawi destinou aproximadamente 600 mil dólares.

Malawi quer travar tradição de atirar dinheiro